Geovana Quadros é a criadora da plataforma Mulheres Inspiradoras, que reúne as grandes lideranças femininas da América Latina. Seu objetivo é que esse grupo de elite estimule mais profissionais do GÊNERO feminino a buscar SUAS REALIZAÇÕES e, por que não, inspirar ainda mais mulheres a enxergar longe no horizonte dos negócios.
Diretora global da Johnson & Johnson para assuntos da mulher, Joy Marini definiu assim as cinco qualidades de uma mulher inspiradora: ela deve ter um propósito, acreditar no que está fazendo, ter empatia, encorajar outras e pensar grande. Todos esses atributos nós encontramos em uma mulher nascida em Belém do Pará, e que hoje é referência incontornável quando o assunto é inspiração: Geovana Quadros. Atuando em diversas frentes, com uma experiência sólida em comércio internacional, Geovana se destacou ao criar a Plataforma Mulheres Inspiradoras, que reúne o que há de melhor na alta liderança feminina na América Latina. Para se ter uma ideia do sucesso desse empreendimento, a plataforma tem como parceiros oficiais a ONU Mulheres e a Berkeley Global Society (EUA).
Como se não bastasse, Geovana também idealizou a premiação Mulheres Inspiradoras do Ano (o maior prêmio entre lideranças femininas) e o primeiro fórum de imersão dedicado apenas a mulheres líderes.
Empreendedora, ativista, professora de pós-graduação, autora de livros, palestrante…Geovana Quadros é um exemplo de que a mulher pode ocupar o espaço que ela quiser. Há desafios pela frente, claro. Mas ela mostra, aqui nesta entrevista, que inspiração não falta.
EMPRESÁRIO DIGITAL Como a sua experiência com o comércio internacional e mercados globais influenciou na criação da plataforma Mulheres Inspiradoras?
GEOVANA QUADROS Eu tenho 20 anos de carreira em comércio internacional. E, quando você trabalha com isso, vê culturas diferentes, viaja por lugares diferentes e você tem interlocuções com olhares de mundo distintos. Para você ter uma conexão, precisa ter um pouquinho do olhar de quem está te olhando. Dessa forma, você faz melhores relacionamentos. Então, esses relacionamentos que eu construí, ao longo dessas duas décadas no internacional, me fizeram enxergar as pessoas e me conectar muito melhor com elas. Quando montei o Mulheres Inspiradoras, que hoje é a maior
plataforma de liderança, foi um pouco disso: conectar esses olhares diferentes de mundo de uma maneira genuína, verdadeira.
EMPRESÁRIO DIGITAL Nessa sua experiência, houve algum episódio mais marcante, que acabou influenciando a sua trajetória profissional?
GEOVANA QUADROS Houve uma situação nos Emirados Árabes, um lugar onde a cultura é muito diferente para você conseguir fazer uma negociação com locais sendo mulher.
Para se ter uma ideia, em determinada negociação onde fomos para números maiores (fruto do meu trabalho), o empresário local disse que não queria continuar negociando com uma mulher e gostaria de dar sequência com um homem. No caso, o Presidente da rede informou que o “homem” seria eu mesma.
Então eu, sendo uma mulher da Amazônia, mais jovem, e estar ali negociando só com homens, com xeiques, era bem complexo, porque a estrutura é extremamente patriarcal. Com bastante esforço, consegui seguir meu trabalho nesta cultura. E olhe que, na época em que trabalhava com comércio internacional, eu não tinha tanta consciência de equidade de gênero.
EMPRESÁRIO DIGITAL Qual foi o principal desafio para você conseguir reunir tantas líderes brasileiras na plataforma Mulheres Inspiradoras?
GEOVANA QUADROS Relacionamento, a gente não escala. Ele precisa ser genuíno. Verdadeiro. Empático. Com mulheres em posição de liderança, é mais desafiador ainda. Porque é um ambiente muito sozinho. Nós somos multissetoriais. Cada uma está ali, geralmente, caminhando sozinha. E não foi do dia para a noite. Completamos nove anos de Mulheres Inspiradoras este ano. Um projeto que foi evoluindo aos poucos. Fomos conectando setores tão distintos, com mulheres tão potentes, histórias tão inspiradoras… O que mais me dá orgulho foi conseguir me conectar de forma verdadeira e genuína. Ainda mais sendo alguém como eu, que vem da Amazônia, zero contato, zero pessoa de conexão em São Paulo, me esforçando muito para conseguir um espaço no mercado de trabalho, muito jovem, sofrendo muito preconceito… E assim, mesmo em um lugar de privilégio como mulher branca, mesmo sem carteirada, criar uma das maiores potências de PIB de mulheres no Brasil, dá muita satisfação.