Crescimento e sustentabilidade impulsionam o segmento no País
Setor apresenta números superiores à média nacional da indústria de transformação e ainda é uma alternativa mais saudável que os e-readers para o meio ambiente
A indústria gráfica continua exercendo papel de destaque na cadeia produtiva nacional. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) com base em levantamento do IBGE, o desempenho do setor, no primeiro trimestre de 2012, apresentou um saldo positivo na produção (0,4%), superando a média nacional da indústria de transformação, que registrou uma retração de 3% em relação ao mesmo período do ano passado.
"Temos, portanto, muito o que comemorar no dia 24 de junho, quando se celebra o Dia Nacional da Indústria Gráfica. Além das perspectivas positivas, o mercado e a sociedade estão tendo a percepção de que o segmento, além de levar conhecimento e informação para todas as partes do País, tem um compromisso consolidado com a sustentabilidade. Com a chegada dos recursos digitais, o papel foi considerado um vilão do meio ambiente. Hoje se vê que a realidade é outra", destaca Michiel Kerbert, sócio administrador da Nova Mercante, uma das líderes de mercado no segmento de fornecimento de papéis para o mercado gráfico, editorial e de embalagens.
Ele se refere ao artigo do editor Nick Moran publicado recentemente no site The Millions (http://www.themillions.com/2012/05/are-ereaders-really-green.html) que traz dados novos sobre a sustentabilidade do papel: os aparelhos de leitura digital, os e-readers, apresentam uma pegada de carbono 200 a 250% maiores do que uma biblioteca. "Não se trata de negar o crescimento e os benefícios deste tipo de produto, mas é importante que haja um equilíbrio no julgamento. A indústria gráfica se desenvolveu, segue padrões rígidos de produção e continua sendo a grande parceira na missão de levar conhecimento e informação", afirma.
Mercado – Michiel ressalta que outros aspectos ajudam a descrever um cenário ainda mais promissor para a indústria gráfica em 2012. As campanhas eleitorais começam dia 7 de julho e isto tem impacto positivo sobre o segmento. De acordo com as projeções da Abigraf, os gastos com papel e impressão neste período de três meses vão representar um aumento de 10,6% no faturamento do mercado no ano: "Esta é outra área em que o papel tem muita influência, tanto que desde o início do ano nossos vendedores já recebem encomendas para atender as coligações e partidos". Os brasileiros vão eleger, este ano, novos chefes do Executivo e vereadores em 5.561 cidades.
O sócio administrador da Nova Mercante cita, também, os investimentos do Governo Federal por meio do Ministério da Cultura (Minc) e Ministério da Educação (ME) em 2012. O Minc está destinando R$ 373 milhões para o Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL), e o ME tem um orçamento previsto de R$ 1,48 bilhão no Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), em 2012. "Mais de 28 milhões de alunos só do Ensino Fundamental no País terão acesso a aproximadamente 70 mil novos livros. São números que comprovam a necessidade de uma indústria gráfica forte e com excelência para atender esta demanda. Mais do que um mercado, isto se apresenta como uma missão de cada integrante da cadeia produtiva", afirma Michiel Kerbert.