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5º Ciclo de Sustentabilidade

5º Ciclo de Sustentabilidade reforça os aspectos da gestão de resíduos na indústria gráfica

 

Realizado na última quarta-feira (27/06) na sede da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), o 5º Ciclo de Sustentabilidade teve seu segundo dia aberto com o lançamento do “Manual de Indicadores de Desempenho Ambiental”. A publicação foi elaborada por um grupo de especialistas, membros da Comissão de Estudos de Questões Ambientais e Segurança do ONS 27. Localizado no Centro Técnico da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), o ONS-27 é o organismo credenciadopela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para coordenar as atividades de normalização do mercado gráfico brasileiro.

Após a realização de pesquisa com as indústrias gráficas, a ABTG identificou que pouquíssimas possuem esses indicadores. “O objetivo do manual é este, permitir que as empresas tenham um parâmetro único para mensurar seus processos, e que isso se reflita em ações de sustentabilidade consistentes”, disse o especialista da empresa Dixie Toga, Teddy Lalande, ao apresentar a publicação.

A primeira palestra, com o título “Mapeando os Resíduos Sólidos da sua Gráfica”, foi apresentada pela consultora da ABTG Rosana González Aléssio, que apresentou alguns conceitos principais relacionados ao meio ambiente. A palestrante também abordou o tema do Gerenciamento de Resíduos Sólidos (GRS), processo que compreende a manipulação, o acondicionamento, transbordo, tratamento, reciclagem e destinação final dos resíduos sólidos. De acordo com Rosana, no Brasil, a gestão de resíduos é orientada a partir dasNormas Brasileiras, legislações Conama, decretos-lei e outros documentos específicos. “Hoje é possível rastrear a origem de praticamente qualquer tipo de resíduo e, uma vez que existem leis que controlam os aspectos ambientais, não é possível dar o famoso ‘jeitinho’ na questão dos resíduos”.

Rosana também mencionou o conceito dos 3 R’s (Reduzir, Reciclar e Reutilizar), mas afirmou que o grande desafio hoje é a redução na fonte, ou seja, minimizar a geração de resíduos para otimizar toda a cadeia que vem na sequência. “Quando fazemos todos estes processos, além de conhecer as normas ambientais para cada tipo de resíduo, precisamos também estar cientes de todas as legislações ambientais que existem”, disse a palestrante.

Rosana também apresentou a hierarquia do gerenciamento de resíduos, que começa com a adoção de medidas de controle, como a recuperação de uma área contaminada dentro da empresa, por exemplo, e continua com a produção mais limpa propriamente dita (P + L). As vantagens ambientais relativas são maiores à medida que se avance nessa hierarquia. Uma vez alcançada a etapa de controle dos processos, a gráfica deve estar atenta aos seguintes aspectos: efluentes líquidos,  resíduos sólidos, emissões atmosféricas e outros (ruídos e vibrações gerados pelo funcionamento das máquinas de  impressão e pré-impressão, por exemplo) – é preciso, portanto, estar atento aos aspectos mais relevantes de cada um desses itens, para começar a implantar os processos de controle de resíduos.

Segundo ela, o passo número um é o protocolo de avaliação: levantar o início das operações da empresa, para verificar o correto enquadramento à legislação ambiental; levantar possíveis impactos ambientais anteriores à instalação eposteriores já identificados; estabelecer a implantação da gestão ambiental na empresa. O segundo passo é a identificação (inventário ambiental) dos resíduos. “Para que isso seja eficiente, é necessário avaliar todas as fontes geradoras da empresa, classificá-las por tipos e quantificá-las”, disse Rosana.

A palestrante concluiu sua apresentação falando sobre as normas brasileiras de classificação de resíduos, como a NBR 10004 – 2004, relativa aos resíduos sólidos, mas reforçou os aspectos da prevenção à poluição, ou seja, a minimização da geração de resíduos através de alternativas economicamente viáveis e tecnicamente possíveis, destacando itens que vão desde a minimização de volumes gerados, passando pela mudança de insumos altamente tóxicos por outros, entre muitos outros cuidados que devem ser tomados, de maneira que isso se reverta em efetiva redução.

Destinação de Resíduos

A segunda palestra da noite foi “Destinação de Resíduos”, com Luís Olivieri e Bruno Pieroni, da empresa Ambserv Serviços Ambientais (http://www.ambservsp.com.br/index.php), presente no mercado há seis anos, e especializada no gerenciamento de resíduos, destinação de resíduos perigosos e serviços de saúde, com escritórios comerciais em São Paulo e Rio de Janeiro e unidade de tratamento em São José dos Pinhais (PR).

De acordo com Luís, a primeira etapa desse processo é a de identificar o tipo de resíduos, se é sólido, líquido, perigoso etc., para definir qual o tratamento a ser adotado, que pode ser a incineração, tratamento em ETE etc. Para transportar esses materiais, a gráfica deve possuir o Cadri (Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental), concedido pela Cetesb. Os palestrantes listaram os tipos de resíduos mais comuns. No caso das gráficas, eles apontaram a alternativa do Cadri coletivo, em que um único certificado pode agrupar até 50 empresas.

Os palestrantes também abordaram os tipos de tratamento de resíduos e cada uma das modalidades empregadas nesses processos. Bruno falou sobre as Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs), o Co-processamento – sendo que a maioria dos resíduos gerados por gráficas é indicada para este tipo de tratamento, que, de um modo geral, é a tecnologia indicada para o tratamento de resíduos industriais (líquidos, sólidos e pastosos), de diversos setores.   

P+L

A terceira palestra foi “Produção mais limpa (P+L)”, com o engenheiro Duvivier Guethi Junior, que já atuou no Senai nesta área, e hoje atua na área empresarial. Começando a sua apresentação com uma breve síntese sobre a sustentabilidade e a ecoeficiência, ele declarou que para promover a sustentabilidade, a empresa deve cuidar de suas relações, buscando sistematicamente o equilíbrio no estabelecimento e atendimento de compromissos com os stakeholders, seguindo princípios de diálogo e transparência. “Se cada um dos envolvidos estiver contribuindo com a sua parte, ocorrerá a equalização do sistema e fortalecimento de todos os elos”, disse. Ele também comentou que a questão ambiental dentro de uma empresa funciona como muitas outras situações em nossas vidas: não queremos enfrentar um determinado problema, porque nãosaberemos como resolvê-lo.  

Para implementar os conceitos de P+L em uma empresa, deve haver um consenso. A P+L nada mais é do que a aplicação contínua de uma estratégia ambiental integrada e preventiva a processos, produtos e serviços, com a finalidade de aumentar a eficiência e reduzir riscos aos seres humanos e aomeio ambiente. De acordo com o palestrante, este conceito é aplicável por qualquer empresa, de qualquer segmento e, mais importante, de qualquer porte. A metodologia do P+L passa pelas seguintes fases: diagnóstico, balanço de material, síntese e avaliação. “O que importa é que este seja um processo contínuo, ininterrupto, pois do contrário não surtirá efeito”. Segundo ele, ainda, a estratégia prevista na definição de P + L, deve estar integrada à liderança, a alta gestão, pois é ela quem delineará os caminhos que todos os colaboradores devem seguir.

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