Compartilhe com sua comunidades

O Primeiro Mês do Governo Bolsonaro

O governo Bolsonaro mal começou. Julgá-lo agora seria precipitado. Por outro lado, chegando próximo ao final do seu primeiro mês já dá, ao menos para vermos algumas de suas sinalizações e para onde elas apontam. 

Começando pelas boas notícias. Bolsonaro cumpriu sua promessa eleitoral de alijar os partidos políticos da formação do seu ministério. Sempre desconfiei que esta fosse apenas uma promessa de campanha, que seria rapidamente descumprida. Felizmente, eu estava enganado. Seu ministério foi formado por critérios técnicos – como nos casos de Paulo Guedes e Sergio Moro – ou indicações de bancadas temáticas do Congresso – umas afeitas ao próprio assunto do ministério – como na agricultura e saúde – outras, mais questionáveis, não – como na educação e relações exteriores. 

Além disso, Bolsonaro deu vários sinais de que pretende governar para todos os brasileiros e reconheceu suas limitações em relação a vários assuntos, o que limita o risco de decisões atabalhoadas. 

Por outro lado, sob outros aspectos, o governo vem deixando a desejar até aqui. Sua comunicação tem sido bastante confusa. Com frequência, um ministro e até o próprio Presidente Bolsonaro, acabam sendo desmentidos. Isto enfraquece a credibilidade dos anúncios do governo e reduz sua capacidade de gerar expectativas positivas. A participação do governo e, em especial, do próprio Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial em Davos, onde se esperava uma posição de protagonismo do Brasil, foi decepcionante. 

“O governo Bolsonaro mal começou. Julgá-lo agora seria precipitado. Por outro lado, chegando próximo ao final do seu primeiro mês já dá, ao menos para vermos algumas de suas sinalizações e para onde elas apontam.” 

Além disso, o governo não incluiu entre suas prioridades para os primeiros 100 dias, a Reforma da Previdência, a mais importante medida para garantir a estabilidade e o crescimento da economia brasileira nos próximos anos. 

Para completar, as acusações que vêm atingindo seu filho Flavio têm deixado o presidente em situações desconfortáveis. 

O governo mal começou. Ainda dá tempo de se consertar tudo isso, mas é bom o governo fazer isso antes que os erros possam ter consequências mais graves quando, em fevereiro, o legislativo voltar a funcionar, as cobranças dos governadores aumentarem e as expectativas de investidores e empresários de avanços da Reforma da Previdência se tornarem mais prementes. 

Os últimos números de crescimento econômico, geração de empregos com carteira e inflação têm sido bons e a bolsa de valores tem batido recordes. Esperemos que o governo corrija seus erros e isto seja apenas o presságio de resultados ainda muito melhores ao longo deste e dos próximos anos. 

Ricardo Amorim

Economista mais influente do Brasil

Informação valiosa, 
no tempo certo

Assine nossa newsletter

Anúncio

Jensen Huang não é qualquer figurinha carimbada do Vale do Silício. Ele é o fundador e CEO da NVIDIA, a empresa que abastece o motor da inteligência artificial moderna. Suas...
A Volkswagen do Brasil está ampliando sua aposta na produção nacional como pilar de competitividade, inovação e geração de valor. Com investimento de R$ 20 bilhões programado para a América...
A Nvidia, empresa que lidera globalmente o fornecimento de chips para inteligência artificial, está no centro de uma disputa geopolítica que combina sanções comerciais, restrições tecnológicas e acusações de segurança...
A OpenAI alcançou a marca de US$ 1 bilhão em receita recorrente mensal, dobrando o resultado registrado no início do ano e consolidando-se como a principal referência global em inteligência...
A Tako, startup brasileira focada em automação de processos de pessoal, acaba de levantar R$ 100 milhões para escalar sua plataforma baseada em agentes de inteligência artificial. Projetada especificamente para...
A Figma, plataforma de design colaborativo em nuvem, movimentou US$ 1,2 bilhão em sua oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Nova York, após elevar a faixa de preço de...