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Afinal, como humanizar o líder?

Fui convidado para falar sobre “A Transformação da Liderança” para um grupo de 40 CEOs brasileiros. O desafio de provocar dezenas de líderes experientes, de grandes empresas, me fez refletir sobre a minha própria liderança e a buscar referências, inspirações e modelos criativos que pudessem contribuir com quem vive esse cenário no contexto atual.

Meu primeiro exercício foi o de resgatar a minha trajetória profissional e conectá-la com a liderança que exerço hoje, na Oracle do Brasil. Quando revisitei as bases que sustentam o que acredito, cheguei a um aprendizado que considero fundamental: a valorização das pessoas. E a partir daí escolhi o tema da minha palestra: “Liderança Humanizada”.

Esse percurso me lembrou um ensinamento do meu pai, de que “a relação humana é o maior segredo da humanidade”, quando eu era ainda muito jovem, empreendendo em Curitiba, minha cidade natal. A experiência de administrar uma agência de eventos e um bar de gastronomia marroquina me ensinou muito sobre diversidade, inclusão, perseverança e criatividade. Se eu não tivesse vivenciado aqueles anos como empreendedor, lidando com públicos completamente diferentes, eu arriscaria dizer que não exerceria, da mesma forma, meu papel na “cadeira” em que estou hoje.

Minha carreira foge do exemplo clássico de um plano linear e bem estruturado e foi sendo construída com base nas relações; observando, perguntando e aprendendo com as pessoas. Até hoje, minha maior fonte de atualização.

Portanto, a liderança que persigo é pautada na busca por compreender o ser humano e suas diversas possibilidades de atuação coletiva. Acredito em estratégias e tomadas de decisões de negócios que também retornem ao aspecto humano – como vetores de melhores condições de vida para o ecossistema de clientes, colaboradores e fornecedores.

Essa visão holística vem sendo considerada por muitas escolas de negócios como essenciais para o líder contemporâneo. Obviamente essa não é uma condição definitiva, até porque liderar é um processo de aprendizado contínuo e completamente dinâmico. Refletindo com o meu time sobre quais seriam comportamentos importantes para um líder atualmente, chegamos nos abaixo:

·Ignorância Sofisticada: o cenário de novas tecnologias e mudanças contínuas tem nos exigido abertura para aprender, desaprender e reaprender. Em outras palavras, precisamos preservar nosso espírito e olhar de criança.

·Auto-Obsolescência: é a capacidade que cada um tem de superar a si mesmo ao reconhecer suas limitações e temáticas em que esteja obsoleto. É o famoso “saber o que não sei”. A partir daí, é importante ter humildade para buscar se desenvolver continuamente.

·Orientação ao Futuro: um líder humano é aquele que se mantém conectado às tendências – novas tecnologias, modelos de negócios e mudanças comportamentais dos indivíduos – para que o planejamento estratégico esteja alinhado ao futuro.

·Olhar Transversal: é ter a dimensão de que os negócios e as corporações são parte de um ecossistema social e, por isso, agentes de uma economia não apenas sustentável, mas também regenerativa.

·Presença Plena: encontrar ferramentas de equilíbrio mental para que o estado de presença seja uma prática cotidiana. Um time eficiente requer uma liderança com sabedoria para lidar com preocupações e ruídos externos sem ficar ausente. E dessa forma saber ouvir, sentir e falar estando conectada às pessoas e a suas próprias convicções.

·Coragem: o sucesso não acontece sem uma boa dose de coragem. A coragem moral para tomar as rédeas da vida e fazer as mudanças necessárias.

Eu identifico esses pilares nas pessoas que trabalham comigo aqui na Oracle do Brasil. Aqui, estimulamos nossas equipes a desenvolverem esse mindset criativo e intraempreendedor. E vemos os frutos nos programas desenvolvidos localmente sendo reconhecidos pela nossa matriz e sendo exportados para outros países.
Grandes inovações nascem na liberdade de poder ser quem se é, e isso só acontece dentro das empresas quando o aspecto humano se torna premissa a partir de uma liderança humanizada e todos os pilares que a compõem.

Alexandre Carvalho

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