Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital, volta a um tema crucial: as possíveis características de uma bolha no mercado de tecnologia, agora impulsionado pela Inteligência Artificial (IA). Em seu recente memorando, Marks analisa dados que sugerem um possível superaquecimento nas ações tecnológicas e levanta contrapontos que indicam um cenário mais equilibrado.
Marks relembra a bolha das “pontocom”, nos anos 2000, quando o entusiasmo por empresas de internet gerou um mercado insustentável. Hoje, o otimismo com a IA, combinado com altas históricas no S&P 500 — 26% em 2023 e 25% em 2024 —, suscita preocupações. Investidores parecem ser movidos pelo FOMO (“fear of missing out” ou “medo de ficar de fora”), comportamento que pode inflacionar ativos de maneira irracional. Ele também chama a atenção para o valuation elevado de gigantes como Nvidia, com múltiplos de 30 vezes, e as “Magníficas Sete” (Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Nvidia, Meta e Tesla).
Ainda assim, Marks pondera que o P/E do S&P 500 está “alto, mas não insano”, e que essas empresas são líderes dominantes, com margens altíssimas e produtos de baixo custo marginal. Contudo, ele alerta que perenidade não é garantida. Casos como Kodak e Xerox mostram como líderes de mercado podem ser rapidamente substituídos em cenários tecnológicos dinâmicos.
Marks conclui que, embora existam sinais de cautela, o mercado atual não apresenta os níveis irracionais das bolhas passadas. Ainda assim, investidores devem analisar cuidadosamente os fundamentos por trás do entusiasmo com a IA.