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Expansão do cacau avança com investimentos da Schmidt Agrícola

Grupo amplia área cultivada e projeta crescimento do mercado global

A Schmidt Agrícola, empresa consolidada na produção de grãos no Oeste da Bahia, está direcionando investimentos para a cultura do cacau. Até 2026, a companhia pretende investir R$ 270 milhões na expansão de 2 mil hectares destinados ao cultivo consorciado de cacau e banana. A iniciativa tem como parceira a Cargill, por meio do projeto Cocoa Farming, que prevê aportes de US$ 5 milhões por empresa em cinco anos para o desenvolvimento tecnológico e operacional das lavouras.

A empresa iniciou o cultivo de cacau em 2018, de forma experimental, com 50 hectares plantados. Atualmente, a área já alcança 400 hectares, e a produtividade média registrada é de 3,75 toneladas por hectare a partir dos três anos e meio de cultivo, superando a média nacional de 300 quilos por hectare. O crescimento é impulsionado pelo uso de irrigação em 100% das áreas, manejo avançado e mecanização das operações, um diferencial no setor.

A cotação internacional do cacau, que atingiu US$ 11.040 por tonelada no final do ano passado, e o déficit de produção na África, estimado em 486 mil toneladas pela International Cocoa Organization (ICCO), reforçam o potencial de crescimento da cultura no Brasil. Segundo projeções da empresa, a demanda reprimida na América do Norte gira em torno de 440 mil toneladas, o que pode sustentar os preços e incentivar a ampliação das áreas plantadas.

A Schmidt Agrícola também aposta na verticalização do negócio com a Biobrasil Mudas, empresa criada em 2020 para a produção de mudas de cacau. A unidade, localizada em Riachão das Neves (BA), abastece as próprias plantações da empresa e outros produtores da região, contribuindo para a expansão planejada.

O investimento em cacau surge em um momento de incertezas no mercado de soja. A demanda internacional pelo grão está estável há três anos, e os preços não demonstram recuperação significativa, o que desestimula novos aportes na cultura. Para 2025, a empresa planeja expandir a área de soja apenas no Tocantins, de 3,5 mil para 7 mil hectares, mantendo as áreas atuais nas demais regiões.

Fatores como os conflitos entre Rússia e Ucrânia e a política comercial do governo dos Estados Unidos podem impactar o mercado de grãos. Em caso de restrições às exportações para a China, o Brasil poderia se beneficiar, elevando preços e prêmios pagos pela commodity. A produtividade média da safra 2024/2025 na Schmidt Agrícola está estimada em 66,8 sacas por hectare, alinhada com a média da Bahia, que projeta novo recorde de produção.

Gustavo Fleming Martins

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