Compartilhe com sua comunidades

Equatorial levanta R$ 10 bilhões com venda estratégica de transmissão

Transação com fundo canadense realinha estrutura financeira e foco de atuação

A Equatorial Energia concluiu a venda de todos os seus ativos de transmissão de energia, totalizando um enterprise value de R$ 9,39 bilhões. A operação foi realizada com o fundo canadense CDPQ, por meio de sua subsidiária Verene Energia, que já atua no Brasil com linhas em Mato Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além de um ativo no Uruguai. O equity value da transação foi fixado em R$ 5,18 bilhões, com correção pelo CDI até o fechamento do negócio.

A estrutura de venda inclui a transferência de uma dívida líquida de R$ 2,8 bilhões, que será ajustada conforme dividendos e redução de capital distribuídos antes da operação. Esses ajustes incluem R$ 1,5 bilhão já retornados à Equatorial via dividendos e capital devolvido, impactando o valuation final. Os ativos negociados foram adquiridos entre 2016 e 2017, em leilões que se destacaram pelo retorno projetado, e atualmente geram um EBITDA anual de cerca de R$ 1,1 bilhão. O múltiplo da venda foi de 8 vezes o EBITDA.

A empresa alcançou uma taxa interna de retorno nominal de 43% no segmento ao longo de oito anos, com um MOIC de 8 vezes, de acordo com análise do BTG Pactual, banco que assessorou a operação. A transação vem na esteira de investimentos recentes da Equatorial, como a aquisição de 15% da Sabesp, em 2024, por R$ 7 bilhões. Esse movimento elevou a alavancagem da companhia para 3,3 vezes o EBITDA, gerando preocupações no mercado sobre a necessidade de uma nova emissão de ações.

Com a venda, a alavancagem deve cair em aproximadamente 0,45 vez, o que afasta, no curto prazo, o risco de diluição acionária. A medida também permite à companhia realocar capital em outras frentes consideradas mais estratégicas, como distribuição de energia, recompra de ações e novas oportunidades no setor de saneamento. A Equatorial também mantém em seu portfólio investimentos como a Echoenergia e a distribuidora CELG, adquiridas em operações entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões de enterprise value.

A estratégia da empresa tem sido a de realizar ativos maduros para reciclagem de capital em projetos com potencial de retorno mais elevado. O CEO da Equatorial, Augusto Miranda, indicou que a companhia continuará atenta a novas oportunidades no mercado, reforçando a importância de manter uma estrutura de capital flexível. A companhia vale atualmente R$ 41 bilhões na B3 e negocia a uma TIR real estimada em 12%, com ações sem variação significativa nos últimos doze meses.

Gustavo Fleming Martins

Informação valiosa, 
no tempo certo

Assine nossa newsletter

Anúncio

Startup de biologia sintética registra crescimento de 66% ao ano e mira R$ 26 mi em rodada seed para expandir produção a até 2 mil proteínas em 2026...
A Comexport, com receita estimada em R$ 60 bilhões para 2025, avança de trading global a protagonista do setor automotivo brasileiro, lançando a primeira fábrica multimarcas de veículos eletrificados do...
A Embraer assegurou a maior encomenda de sua história, 45 unidades do jato E195-E2 para a Scandinavian Airlines (SAS), avaliada em cerca de R$ 22 bilhões, um salto que ecoa...
A Renova Energia, em um movimento estratégico que sinaliza seu renascimento pós-recuperação judicial, acaba de inaugurar uma unidade de negócios voltada à venda de energia eólica diretamente a data centers....
A BluStone, gestora de venture capital fundada por Carlos Lopes e Pedro Vasquez, ambos ex-executivos do Pátria Investimentos, comemorou nesta segunda-feira (14/07/2025) o segundo fechamento de seu fundo focado em...
A Meta, de Mark Zuckerberg, deu mais um passo ousado na corrida pela supremacia em inteligência artificial. A empresa anunciou a construção do Hyperion, um data center que, segundo Zuckerberg,...