Produção em queda no trimestre é compensada por expansão operacional
A Aura Minerals registrou produção de 60.087 onças de ouro no primeiro trimestre de 2025. O volume representa uma retração de 7% em relação ao mesmo período de 2024. A redução foi atribuída à menor concentração do mineral nas jazidas, um fenômeno comum no setor, de acordo com o CEO Rodrigo Barbosa. Apesar da queda pontual, a companhia mantém a meta anual de produção entre 266 mil e 300 mil onças.
A projeção da Aura para o faturamento anual, considerando a cotação atual do ouro em US$ 3.145 por onça-troy, varia entre US$ 836,5 milhões e US$ 943,5 milhões. A empresa opera quatro minas ativas — duas no Brasil (Tocantins e Mato Grosso), uma no México e uma em Honduras — e iniciou em março o ramp-up da mina Borborema, no Rio Grande do Norte, onde foram investidos US$ 188 milhões.
A nova planta, cuja produção plena será de 83 mil onças por ano, deve alcançar entre 33 mil e 40 mil onças ainda em 2025. A entrada em operação comercial está prevista para o terceiro trimestre. Com isso, a Aura espera manter sua trajetória de crescimento mesmo diante de oscilações produtivas nas demais unidades.
A mina Almas, localizada no Tocantins, foi destaque no trimestre, com crescimento de 10% sobre o mesmo período de 2024. Já a operação em Arazanzu, no México, teve queda de 10%, enquanto a unidade Minosa, em Honduras, recuou 8%. Apoena, no Mato Grosso, apresentou recuo de 27% na comparação anual, embora tenha crescido 25% sobre o trimestre anterior.
A expansão da planta Borborema poderá ser acelerada com a liberação de um novo traçado da BR-226, que atualmente corta a área da mina. A expectativa da companhia é obter aprovação do Dnit ainda este ano. O projeto prevê investimento entre US$ 6 milhões e US$ 8 milhões, o que permitirá quase dobrar a capacidade da unidade, saltando de 815 mil para 1,6 milhão de onças anuais.
O contexto internacional também influencia as operações da Aura. Com a valorização do ouro motivada por tensões geopolíticas, o metal superou em março a marca histórica de US$ 3 mil e atualmente está cotado a US$ 3.145. A empresa, listada na Bolsa de Toronto e na B3 por meio de BDRs, acumula valorização de 155% em 12 meses e possui valor de mercado de US$ 1,3 bilhão.