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Investidores estratégicos ampliam foco na América Latina e miram expansão

General Atlantic vê valuation atrativo e aposta em ecossistema mais maduro

A General Atlantic, gestora global com US$ 103 bilhões em ativos sob gestão, está fortalecendo sua presença na América Latina com planos de ampliar significativamente os aportes na região em 2025. Em contraste com a cautela de parte do mercado diante do cenário macroeconômico global, a empresa enxerga um ambiente favorável para novos investimentos, especialmente no Brasil, onde destinou cerca de US$ 350 milhões em 2024.

Rodrigo Catunda, sócio e co-head da operação no Brasil, afirmou que a combinação de múltiplos depreciados e um ecossistema empresarial mais estruturado abre espaço para aportes mais expressivos. Segundo ele, o índice Preço/Lucro na América Latina está em torno de 13 vezes, enquanto nos Estados Unidos esse número chega a 24 vezes, o que representa uma vantagem competitiva para investidores atentos à eficiência do capital.

Além da General Atlantic, outras gestoras com atuação na região confirmam a mesma tendência. A Riverwood Capital, com US$ 6,1 bilhões em ativos, investiu US$ 100 milhões em quatro companhias latino-americanas no último ano. A exigência, porém, é maior. Segundo Joaquim Lima, sócio da Riverwood, a liquidez atual exige escolhas mais criteriosas, com preferência por empresas que demonstraram resiliência em um ambiente financeiro mais restrito.

Igor Piquet, responsável por venture capital na América Latina da Endeavor Catalyst, gestora com US$ 540 milhões em ativos, observa que a região ainda é subfinanciada, apesar do grande potencial. Ele destaca o comportamento de uma população jovem e altamente adaptável às inovações tecnológicas como fator estratégico para o avanço de tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial.

Para Piquet, o amadurecimento do mercado e a profissionalização de empreendedores são fundamentais para reverter a imagem construída durante o ciclo anterior, quando empresas receberam aportes elevados sem apresentar os retornos projetados. A expectativa é de que o atual momento sirva para consolidar uma nova reputação, com base em resultados sustentáveis e estratégias de longo prazo.

A General Atlantic aposta nesse novo ciclo de evolução regional como oportunidade de se posicionar com maior protagonismo. Para isso, além de observar os fundamentos financeiros, a gestora valoriza a presença de empreendedores em segunda ou terceira jornada, fator que, segundo Catunda, contribui para um cenário de maior previsibilidade operacional e consistência nos negócios.

O movimento revela um reposicionamento estratégico dos grandes fundos globais, que veem a América Latina não mais como destino pontual de capital, mas como vetor relevante de crescimento estrutural para as próximas décadas.

Gustavo Fleming Martins

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