Compartilhe com sua comunidades

CMA CGM assume controle da Santos Brasil e reforça presença estratégica no setor portuário nacional

O grupo francês CMA CGM oficializou a aquisição de aproximadamente 48% do capital da operadora portuária Santos Brasil, passando a deter cerca de 51% da empresa em bases totalmente diluídas. Com o controle acionário consolidado, a CMA anunciou uma oferta pública de aquisição (OPA) das ações remanescentes, seguindo as exigências legais para reestruturação societária no mercado brasileiro.

A operação marca um movimento relevante no setor de infraestrutura logística e portuária do país. A Santos Brasil é uma das principais operadoras de terminais no Brasil, com destaque para o Tecon Santos, maior terminal de contêineres da América do Sul em movimentação por berço. Em 2023, a companhia movimentou cerca de 1,1 milhão de TEUs, contribuindo significativamente para o fluxo do comércio exterior brasileiro. A receita líquida da Santos Brasil no mesmo período foi de R$ 2,3 bilhões, com lucro líquido ajustado de R$ 375 milhões.

A entrada da CMA CGM — terceira maior armadora de contêineres do mundo, com receita global de US$ 47 bilhões em 2023 — adiciona escala e integração vertical à operação brasileira, num momento em que o setor passa por processos de consolidação global. A controladora francesa, que vem acelerando sua estratégia de integração de serviços logísticos port-to-port, amplia sua presença em um hub estratégico para o comércio internacional da América Latina.

A nomeação de Christine Cabau Woehrel, ex-CEO do Porto de Marselha e executiva sênior da CMA, como presidente do conselho da Santos Brasil sinaliza a intenção do grupo de aprofundar sinergias operacionais e acelerar investimentos em modernização e eficiência portuária. O movimento também fortalece a posição do Brasil como eixo logístico relevante nas rotas intercontinentais, sobretudo no contexto de reconfiguração das cadeias de suprimentos globais.

Além de ganhos estratégicos, a aquisição traz implicações para o mercado de capitais brasileiro, com potencial fechamento de capital ou reestruturação da base acionária da Santos Brasil, a depender dos desdobramentos da OPA. Para investidores institucionais, o case representa uma convergência entre infraestrutura crítica, ativos de longo prazo e capital estrangeiro com apetite por participação direta na cadeia logística local.

Gustavo Fleming Martins

Informação valiosa, 
no tempo certo

Assine nossa newsletter

Anúncio

Nos últimos 16 meses, as líderes do mercado de distribuição de combustíveis no Brasil, Vibra, Raízen e Ipiranga, perderam cerca de 3 pontos percentuais de market share para agentes informais,...
A fintech Neon acaba de confirmar um aporte de US$ 25 milhões (equivalente a R$ 135 milhões), liderado pelo IFC (Braço do Banco Mundial) e pela DEG (subsidiária do KfW...
A XP Inc. deu mais um passo estratégico para consolidar sua posição no mercado financeiro brasileiro: acaba de lançar sua consultoria de investimentos voltada ao público de alta renda, mirando...
A startup americana Aigen, criada por ex-Tesla, está redefinindo o futuro do agro com seu robô Element, que usa energia solar, câmeras e braços mecânicos para “capinar” ervas daninhas em...
Enquanto boa parte da indústria de fundos multimercado sofre com resgates bilionários e performance pressionada, a Genoa Capital cresce na contramão. Com uma carteira robusta de R$ 17 bilhões sob...
A mineradora Aura Minerals acaba de dar um passo decisivo para ampliar sua presença global no mercado de capitais. Na tarde desta segunda-feira, 7 de julho, a empresa lançou oficialmente...