O Grupo SBF, controlador da Centauro e distribuidor exclusivo da Nike no Brasil por meio da Fisia, registrou um crescimento de 4% na receita líquida consolidada no primeiro trimestre de 2025, alcançando R$ 1,55 bilhão. O desempenho foi puxado principalmente pelas lojas da Centauro, que apresentaram um avanço de 13,2% em same-store sales (SSS), frente aos 5% do mesmo período em 2024. Em contrapartida, a operação da Fisia recuou 5,9% em receita líquida, com retração de 17,7% no atacado e 1,2% nas lojas físicas.
Apesar da queda de faturamento da Fisia, a margem bruta da operação aumentou, refletindo o foco em rentabilidade após o ciclo de liquidação excessiva em 2024. A margem EBITDA consolidada do grupo fechou o trimestre em 9,3%, queda de 1,3 ponto percentual, impactada principalmente pela performance da Fisia. O EBITDA ajustado caiu 9,2%, totalizando R$ 144,4 milhões — ligeiramente abaixo da expectativa do mercado, que projetava R$ 149 milhões.
Em linha oposta, o lucro líquido cresceu 40,6%, atingindo R$ 74,2 milhões, superando o consenso de R$ 56 milhões. O resultado foi impulsionado pela melhoria no resultado financeiro e pela disciplina na estrutura de capital. A dívida líquida caiu 44,9%, encerrando o trimestre em R$ 464,7 milhões, com alavancagem de 0,61x contra 1,33x no mesmo período do ano anterior.
A Centauro também reportou aumento do ticket médio como fator relevante no crescimento do SSS. A empresa adotou uma abordagem comercial mais agressiva no ponto de venda físico, com comissionamento variável por volume de produtos e roteiros de venda baseados em sugestão de itens adicionais e encaminhamento estratégico do cliente para finalização com ofertas promocionais. No e-commerce, melhorias na experiência de navegação também contribuíram para maior conversão.
Já na Fisia, o CEO Gustavo Furtado afirma que a pior fase passou e que os atacadistas voltaram a fazer pedidos em ritmo mais saudável, impulsionados pela volta da política de full price nas lojas Nike operadas pelo grupo.
Com a estrutura financeira mais robusta, o Grupo SBF vai acelerar sua agenda de expansão. Segundo o CFO José Luiz Salazar, o número de inaugurações deve crescer em 2025 e 2026 — no ano passado, foram apenas quatro novas lojas. Além disso, os investimentos em reformas aumentaram substancialmente: o capex destinado a modernizações foi de R$ 3,9 milhões no trimestre, contra R$ 295 mil em 2024. Lojas reformadas têm apresentado SSS superior em até 5 pontos percentuais em relação às unidades antigas.
Mesmo com os avanços operacionais, as ações da SBF acumulam queda de 3% nos últimos 12 meses. Atualmente, a companhia está avaliada em R$ 2,9 bilhões.