A semana concentrou três dos maiores eventos da indústria de tecnologia — Microsoft Build, Google I/O e Computex (Nvidia) — e consolidou o que já se desenhava nos últimos trimestres: 2025 será lembrado como o ano em que os agentes de inteligência artificial passaram do conceito à aplicação em larga escala. Microsoft, Nvidia e Google apresentaram produtos que não apenas reforçam seu posicionamento competitivo, mas também reconfiguram a estrutura do mercado de computação e software.
A Microsoft anunciou a integração total de IA em seu ecossistema, destacando os “Copilot Agents” como padrão em todos os produtos da suíte 365 e Azure. Em uma demonstração conduzida pelo CEO Satya Nadella, a empresa exibiu a criação de um sistema completo em apenas 8 minutos — tempo 52 vezes menor do que a média histórica de desenvolvimento, com redução proporcional de custo operacional. Com um market cap superior a US$ 3 trilhões e receita de US$ 62 bilhões no último trimestre, a Microsoft reforça sua posição como líder em IA corporativa.
A Nvidia, com faturamento recorde de US$ 26 bilhões no trimestre (+262% YoY), apresentou um movimento inédito ao permitir que sua tecnologia NVLink seja utilizada com chips de outras fabricantes como AMD e Intel. A decisão rompe com a lógica de exclusividade e visa acelerar a adoção de data centers híbridos voltados para IA generativa. O CEO Jensen Huang reforçou que o objetivo da empresa é dominar o “sistema operacional da nova computação”.
O Google, por sua vez, anunciou uma nova versão do Gemini com maior autonomia para agentes de compra e integração com o Google Shopping. A estratégia é proteger seu core business: o motor de busca, responsável por 57,6% da receita de US$ 80,5 bilhões no primeiro trimestre. Em paralelo, a empresa firmou parceria com a Warby Parker para lançar óculos inteligentes com assistente embarcado, buscando ampliar presença no hardware pessoal, onde ainda enfrenta desafios frente à Apple e à Meta.
Com mais de US$ 200 bilhões em investimentos anunciados por essas três empresas apenas nos últimos 18 meses em infraestrutura, chips e modelos de IA, a mensagem é clara: o futuro próximo será disputado por quem conseguir escalar inteligência de forma distribuída. O Woodstech de 2025 se posiciona como marco simbólico dessa transição.