A Vivo, por meio da Wayra, seu braço de corporate venture capital, acaba de reforçar sua tese no setor de saúde com a entrada na quarta rodada de investimentos da Omni Saúde, healthtech B2B fundada por Fernando Domingues, ex-Conexa. O investimento, parte de um cheque total de US$ 1 milhão (cerca de R$ 6 milhões), amplia o capital captado pela startup para R$ 25 milhões desde 2023. Mesmo sem detalhar sua fatia, a Wayra costuma aportar até R$ 2 milhões por operação.
A operação marca o quarto investimento da Wayra em healthtechs — ao lado de Proradis, Conexa e Fiibo — e fortalece uma linha estratégica que também conta com a Vivo Ventures, que já comprometeu R$ 160 milhões de um fundo de R$ 320 milhões para ampliar a presença da operadora no setor. O histórico do fundador, que já havia levantado R$ 25 milhões para a Conexa com apoio da própria Vivo, pesou na decisão. Segundo Wana Schulze, head da Wayra Brasil, a Omni mostrou rápida tração em apenas dois anos, com base relevante de clientes e modelo de crescimento sustentável.
Atualmente, a Omni atende cerca de 40 empresas, entre elas Stefanini, Spoleto e Riachuelo, oferecendo um benefício corporativo que amplia o saldo dos colaboradores para a compra de medicamentos via app. A base atual soma 30 mil vidas, mas a meta é chegar a 70 mil até o fim de 2025. A empresa fatura por funcionário atendido, e a receita de R$ 5 milhões registrada em 2024 deve ser quadruplicada, segundo Domingues — que afirma já ter alcançado metade dessa meta antes mesmo da entrada da Wayra.
Com o novo investimento, os recursos serão usados para ampliar o time de tecnologia, evoluir o produto e escalar a base de clientes. Além disso, a Vivo se posiciona como um canal estratégico de distribuição, criando potenciais sinergias com a Vale Saúde — outra healthtech adquirida pela operadora em 2023 — e abrindo espaço para operações de cross-sell em saúde digital no modelo B2B2C.
O ecossistema de investidores da Omni já inclui nomes como Enseada, que liderou a rodada, os fundos Norte Ventures e Green Rock, além de anjos estratégicos como Jaime de Paula (Neoway) e executivos de big pharmas. O movimento da Wayra consolida uma tendência crescente de operadoras de telecomunicações investindo diretamente em soluções de saúde como forma de diversificar receitas, explorar dados e integrar novos serviços em suas plataformas.