O Led by Her reuniu três nomes que, à sua maneira, estão reescrevendo a forma como compramos, buscamos e nos relacionamos com plataformas digitais.
Foi ouvindo Alaine, Virginia e Beatriz que entendi que o futuro da inteligência artificial não é apenas preditivo, ele é afetivo.
Cada uma delas trouxe um olhar que, somado, desenha um novo vocabulário para o varejo digital.
Alaine Charchat, CIO Latam da Reckitt, falou com firmeza sobre o poder de entender padrões. Mas não os óbvios. Os que exigem escuta, contexto, paciência. Falou da curadoria como um ato de respeito, ao dado e à pessoa. E de como a IA pode, sim, aprender, desde que alguém ensine com intenção.
Foi Beatriz Pentagna, do iFood, quem pontuou:
“A tecnologia não substitui. Ela provoca.”
No iFood, até o time de RH já é transformado por IA. E não para robotizar, mas para humanizar. Quando a inteligência artificial recomenda quem deve avaliar alguém com base nas interações reais, não é a máquina que decide. É a cultura que se manifesta por novos meios.
Virginia Pavin, da Amazon, trouxe um equilíbrio raro entre escuta e precisão. Falou sobre a Alexa, claro. Mas também sobre o Cedric, a IA interna que gera conteúdo. E sobre algo que talvez passe despercebido: a Amazon começa toda inovação de trás pra frente. Primeiro a experiência ideal. Depois, o processo.
“Quantos de nós ainda constroem pensando no cliente que vai chegar, e não no sistema que já existe?”
Essa pergunta ecoou.
Assim como ecoou o incômodo com a tal “RECT”. Poucos sabiam o que era. E foi nesse desconhecimento que um novo aprendizado emergiu: se nem todos entendem o nome, será que entendem o impacto?
Afinal, SBP, Veja, Jontex, estão todos ali. Invisíveis no dia a dia, mas poderosos no momento da decisão.
É sobre isso que se falou: como tornar visível o que importa. Como sugerir sem invadir. Como personalizar sem ferir.
“Daqui a cinco anos, o catálogo será uma conversa.”
Disseram, e eu acreditei. Porque se hoje ele já começa a ouvir, em breve ele responderá com nuances, sotaques, até silêncios.
A personalização não é só técnica. É política. Ética. E, acima de tudo, é humana.
E se existe um sonho comum entre aquelas mulheres, é o de criar sistemas que respeitem tanto quanto recomendem.
Talvez a verdadeira revolução digital não esteja nas ferramentas, mas na forma como escolhemos usá-las.
E nesse palco, elas escolheram mostrar que o futuro pode, e deve — ser inteligente, mas com alma.