Compartilhe com sua comunidades

Santander entra na elite do wealth management com aposta global nos ultra-ricos

Banco transforma operação brasileira em peça-chave de uma rede global para atrair fortunas acima de R$ 100 milhões, mirando R$ 50 bilhões sob gestão

O Santander está dobrando sua aposta no mercado de altíssimo padrão. Após atingir R$ 300 bilhões sob custódia, o banco espanhol quer capturar um novo perfil de cliente: o ultra high net worth brasileiro, com liquidez superior a R$ 100 milhões. Para isso, o Santander reformulou seu serviço de family office, transformando a operação local em uma engrenagem de uma estrutura global que conecta Brasil, Europa, EUA e outros hubs financeiros.

A estratégia, que deve ganhar o nome Beyond Wealth, conecta clientes a produtos, alocações e serviços já disponíveis em outros países. O diferencial está na integração internacional: o cliente brasileiro poderá acessar oportunidades e estratégias em Miami, Londres ou Zurique com a mesma fluidez de um investidor europeu. A operação, liderada por Vitor Ohtsuki, quer posicionar o Santander como referência no atendimento globalizado e personalizado.

Essa movimentação vem em resposta a um mercado em transformação. No Brasil, os multi family offices representam R$ 470 bilhões, e crescem mais rápido que o private banking tradicional. Além disso, a busca por portfólios offshore disparou após mudanças tributárias e volatilidade cambial, levando o banco a reforçar suas estruturas em Miami e Suíça — com foco exclusivo nos brasileiros.

No private banking, a estratégia é igualmente ambiciosa. O Santander quer expandir sua base com clientes acima de R$ 10 milhões, apostando em produtos sofisticados — como fundos estruturados, crédito privado e carteiras personalizadas — e atendimento mais ativo. O banco investe também na marca: está presente na Fórmula 1, golfe e eventos regionais para atrair herdeiros e empresários fora do eixo Rio-São Paulo.

O foco, no entanto, não é volume. “Queremos poucos e bons clientes, que de fato demandem soluções sofisticadas”, afirma Ohtsuki. Com essa abordagem seletiva, o banco espera atingir R$ 50 bilhões sob gestão no novo modelo nos próximos cinco anos e consolidar-se entre os principais family offices do país.

Gustavo Fleming Martins

Informação valiosa, 
no tempo certo

Assine nossa newsletter

Anúncio

Nos últimos 16 meses, as líderes do mercado de distribuição de combustíveis no Brasil, Vibra, Raízen e Ipiranga, perderam cerca de 3 pontos percentuais de market share para agentes informais,...
A fintech Neon acaba de confirmar um aporte de US$ 25 milhões (equivalente a R$ 135 milhões), liderado pelo IFC (Braço do Banco Mundial) e pela DEG (subsidiária do KfW...
A XP Inc. deu mais um passo estratégico para consolidar sua posição no mercado financeiro brasileiro: acaba de lançar sua consultoria de investimentos voltada ao público de alta renda, mirando...
A startup americana Aigen, criada por ex-Tesla, está redefinindo o futuro do agro com seu robô Element, que usa energia solar, câmeras e braços mecânicos para “capinar” ervas daninhas em...
Enquanto boa parte da indústria de fundos multimercado sofre com resgates bilionários e performance pressionada, a Genoa Capital cresce na contramão. Com uma carteira robusta de R$ 17 bilhões sob...
A mineradora Aura Minerals acaba de dar um passo decisivo para ampliar sua presença global no mercado de capitais. Na tarde desta segunda-feira, 7 de julho, a empresa lançou oficialmente...