Maior encomenda da companhia escandinava desde 1996 impulsiona ações da fabricante brasileira, que sobem 4,42%
A Embraer acaba de conquistar um de seus maiores contratos comerciais da década: a Scandinavian Airlines (SAS) anunciou a compra de 45 jatos E195-E2, com direito de aquisição de mais 10 unidades, em uma transação avaliada em US$ 4 bilhões. O anúncio, feito em 1º de julho durante o Paris Air Show, impulsionou as ações da fabricante brasileira em 4,42% na B3, consolidando sua valorização de 119% nos últimos 12 meses.
Esse é o maior pedido direto da SAS a um fabricante desde 1996. O acordo representa não apenas uma vitória comercial, mas também um reposicionamento estratégico da Embraer no competitivo mercado europeu, especialmente após a recente perda do contrato com a LOT Polish Airlines para a Airbus.
De acordo com relatório do BTG Pactual, a transação com a SAS resolve parte das preocupações em torno da fila de pedidos da nova geração de jatos E2 e projeta a Embraer como um player sólido no mercado europeu de aviação regional. Analistas do Itaú BBA reforçam que o contrato deve contribuir para ganhos operacionais e melhora na eficiência de custos da companhia.
O pedido da SAS vem na esteira de outras encomendas importantes, como a da americana SkyWest, que comprou 60 jatos da Embraer em junho (com opção para mais 50), totalizando US$ 3,6 bilhões, e a da japonesa ANA Holding, que fechou em fevereiro um pedido de 20 aeronaves (15 firmes e 5 opcionais). Esses contratos elevam o otimismo em torno do backlog da Embraer, que agora pode ultrapassar os US$ 28 bilhões.
Apesar das boas notícias, analistas destacam os desafios na cadeia de suprimentos, especialmente no fornecimento de motores, que impactaram ligeiramente o volume de entregas no segundo trimestre de 2025. Ainda assim, o fluxo positivo de pedidos reforça a confiança do mercado no programa E2 da fabricante brasileira.
A SAS, que recentemente foi reconhecida como a companhia aérea mais pontual do mundo pela plataforma Cirium, reforça com essa encomenda sua estratégia de renovação de frota com foco em eficiência e sustentabilidade. Para a Embraer, o contrato simboliza mais do que uma venda: é uma decolagem estratégica rumo à liderança no segmento regional europeu.