BTG projeta recuo de 22% no lucro da dona do McDonald’s, puxado por pressão de custos e desempenho fraco das lojas brasileiras
A Arcos Dorados, maior franqueada independente do McDonald’s no mundo, está perdendo seu “molho especial” no Brasil. Segundo projeção do BTG Pactual, a companhia deverá registrar uma queda de 22% no lucro e de 15% no Ebitda no segundo trimestre de 2025, afetada principalmente pela alta dos preços da carne bovina e pelo crescimento lento do setor de restaurantes no país.
Com 1.179 lojas em operação no Brasil, o equivalente a 48,3% da rede da Arcos Dorados na América Latina e Caribe, o país é o maior mercado da empresa. Ainda assim, o BTG prevê uma queda de 1,2% na receita brasileira, com faturamento de US$ 438 milhões frente aos US$ 442 milhões do mesmo período de 2024. O desempenho das vendas em mesmas lojas deve ficar em apenas 3,5%, abaixo da inflação projetada de 5,2%.
O custo da carne, previsto para subir 9,8% em 2025, segundo o último pré-Copom, pressiona diretamente as margens da operação brasileira, que deve encolher 370 pontos-base. A isso se somam os efeitos cambiais: a desvalorização do real impactou os resultados em 7%, somando-se a perdas também no México (-11%) e Argentina (-5%).
Apesar do desempenho fraco no Brasil, outras regiões devem compensar. O BTG projeta crescimento de 2,3% no Norte da América Latina (US$ 317 milhões) e alta expressiva de 13,2% no Sul da região e Caribe (US$ 406 milhões). No total, a Arcos Dorados deve faturar US$ 1,16 bilhão no trimestre, com aumento de 4% em relação a 2024. Ainda assim, o Ebitda deve cair de US$ 119 milhões para US$ 101 milhões, e o lucro, de US$ 27 milhões para US$ 21 milhões.
A empresa encerrou o primeiro trimestre com receita global de US$ 1,07 bilhão, leve queda de 0,4% em comparação a 2024. Para o ano, o BTG projeta que a Arcos Dorados alcance US$ 4,75 bilhões em receita. Já a retomada no Brasil só deve vir em 2026, segundo os analistas do banco.