O BTG Pactual anunciou a compra de 100% das operações do HSBC no Uruguai por US$ 175 milhões, equivalente a quase R$ 1 bilhão. A transação envolve uma instituição com US$ 1,8 bilhão em ativos totais, carteira de crédito de US$ 1,1 bilhão e US$ 191 milhões em capital. A operação uruguaia está concentrada em Montevidéu, com cinco agências e atuação nos segmentos de wealth management, corporate banking e investment banking.
A aquisição fortalece a estratégia de regionalização do BTG, que já atua no México, Chile, Colômbia, Argentina e Peru. Segundo Rodrigo Goes, responsável pela operação latino-americana do banco, a região já representa 12% da receita total e cerca de 20% da carteira de crédito. Os retornos, de acordo com o executivo, são comparáveis aos obtidos no Brasil, evidenciando viabilidade financeira no modelo de expansão regional.
No Brasil, o BTG executou duas aquisições estratégicas no primeiro semestre de 2025. Em abril, comprou a JGP Wealth Management, com mais de R$ 18 bilhões em ativos sob gestão, reforçando sua posição no segmento de multi family offices. Em janeiro, a instituição já havia fechado a aquisição da operação brasileira do Julius Baer por R$ 615 milhões. Ambas integram a estratégia de consolidação de clientes com alto patrimônio dentro de uma abordagem de gestão integrada e taxa única (“one fee only”).
A movimentação no Uruguai segue o plano de longo prazo do banco de ampliar presença física e relevância estratégica em países vizinhos, com foco em setores de maior margem. O BTG já sinaliza que outras operações podem ser estruturadas na região, considerando sinergias com a base atual e expansão da carteira de crédito corporativo.
A transação com o HSBC ainda depende de condições precedentes e aprovação regulatória, com previsão de conclusão em até seis meses. O Bank of America atuou como assessor financeiro do HSBC na negociação.