Você já ouviu falar da Represent, a marca britânica de streetwear criada pelos irmãos George e Michael Heaton? O projeto começou em 2011, com George imprimindo camisetas como parte de seu curso de design gráfico na universidade. Esse projeto pessoal acabou se tornando uma das marcas de moda de crescimento mais rápido do Reino Unido, com receita estimada em 80,8 milhões de libras em 2023. Eles começaram na garagem do pai, cresceram com drops semanais, DTC forte e uma comunidade leal construída nas redes sociais.
Essa é uma marca construída com o fundador como retrato e voz. Está lá desde a primeira ideia até o show-room em Londres. E isso acelera o crescimento.
Outro exemplo é a Gymshark. Ben Francis, então com 19 anos, começou a marca no quarto dos pais com um simples dropshipping de suplementos, e logo passou a produzir roupas fitness. Tudo a partir de uma ideia pessoal que cresceu com autenticidade e consistência. Hoje a Gymshark vale mais de 1 bilhão de libras.
A lição é clara: quando o fundador vira canal, quando você deixa de ser apenas a voz da marca e se torna o canal, isso acelera trajetória. Mas é diferente de virar garoto-propaganda. O garoto-propaganda vende imagem; o canal, constrói conexão, comunidade, confiança.
Aceleração com responsabilidade: tornar-se canal, não celebridade
Você não precisa virar uma figura pública se tornando a cara da mídia; mas precisa se tornar canal. No caso da Represent, George mostra o processo, fala dos erros, experimenta lançamentos e comunica essa jornada com os clientes. Isso conecta.
Na Gymshark, Ben Francis compartilha a realidade brutal de crescer uma operação, os desafios logísticos e até seus aprendizados pessoais. Isso cria identificação e acelera. Afinal, as pessoas compram de quem reconhecem como real, como elas.
Mas tem risco. Olhe para o caso de Djerf Avenue, criada por Matilda Djerf. A imagem da marca era totalmente ligada a ela. Quando surgiram denúncias de um ambiente de trabalho tóxico, a repercussão foi imediata e devastadora, a confiança foi abalada. Isso mostra que ser canal significa estar presente, mas precisa de responsabilidade e valores sólidos.
Como aplicar esse conceito no mundo digital e e-commerce
1. Seja transparente e conte sua jornada
Compartilhe suas dúvidas, erros e conquistas. Isso transforma seguidores em comunidade fiel.
2. Não se force a ser celebridade — seja autêntico
Você se comunica com clareza, autenticidade e entrega valor. O canal é serviço, não show.
3. Use o canal para educar, não só vender
Conte sua visão, processo e valores. Isso vende com significado.
4. Mantenha disciplina e cultura interna forte
Ser rosto exige coerência. Uma estratégia construída na autenticidade só é sustentável se a operação entrega isso além das redes.
5. Equipe alinhada amplia o canal
O canal que você cria só se expande se a equipe entende e replica esses valores com o cliente.
Exemplos para inspirar
• Represent: cresceu com autenticidade, drops semanais e comunidade engajada — receita projetada de quase £250 milhões até 2025.
• Gymshark: de garagem a unicórnio — usando a história real do fundador como canal, com narrativa e consistência em redes sociais.
• Chobani: Hamdi Ulukaya criou comunidade dando iogurte grátis nas ruas para provar produto — e hoje é marca bilionária que nasceu de uma abordagem humana e conectada.
Conclusão: acelere com propósito e presença real
Marcas construídas com o fundador no centro podem crescer mais rápido, porque conectam com autenticidade. Mas é essencial entender a diferença entre ser canal e ser celebridade. Canal entrega valor, gera confiança e constrói legado. Se esse canal for alimentado com coerência, presença e estratégia, o crescimento não é apenas mais rápido — é sustentável, verdadeiro e impactante. Se você lidera um negócio digital ou e-commerce e busca acelerar de forma sólida, pense: posso me tornar canal da minha marca? Essa decisão pode ser o ponto de virada que faltava para sua trajetória crescer com significado.