Não devo ser o único com esse leque de contatos heterogêneo e que inspira reflexão. Conheço empresários que entraram no segmento da impressão basicamente, ou exclusivamente, por dinheiro. Mas tive a sorte de conhecer mais pessoas que entraram nessa por pura paixão – e que, de trocado em trocado, de serviço em serviço, construíram impérios. Só que, se crescer é um desafio, manter a essência do negócio pode ser outro ainda maior. Há aqueles que, mesmo sem uma “missão” proclamada aos quatro ventos, trabalham com coerência e lutam todos os dias para oferecer o seu melhor.
E há o reverso da medalha: empresas que publicam seus valores, mas agem como se nunca se lembrassem deles. “Quando tudo se resume ao dinheiro, tudo se torna escasso. A vida se torna escassa. Nos tornamos escravos dessa escassez, até atingirmos o grau mais elevado de escravidão: a monetização do tempo” Charles Einsenstein A frase acima, do autor e palestrante americano, foi compartilhada por Luiz Buono, da agência Fábrica. Um empresário que já tivemos o prazer de entrevistar e ter como capa da nossa revista.
Alguém a quem sempre admirei e que faz o que gosta e muito me ensina, sempre. Assim como outros milhares de empre- sários que demonstram paixão pelo que fazem e são bem-sucedidos como consequência natural da própria motivação. É o exemplo da entrevistada desta edição, a empreendedora Samara Costa, que é referência na área de impressão de convites e lembranças para casamentos de alto luxo. Ela transformou sua paixão pelo design em um modelo de criatividade e estilo. E, cada vez mais, expande os horizontes da sua atividade. Se cases como o dela nos inspiram, por outro lado é triste constatar que grandes grupos de even- tos mudaram sua essência, abandonando sua proposta inicial de ajudar um segmento a prosperar.
Transformaram o valor em dinheiro. “Para entregar resultados, temos de cortar gastos”, comenta um executivo, ao explicar as métricas da multinacional. A graça, afinal, está no dia a dia de se relacionar com clientes, criar propostas e, ao final, atender à expectativa. Quem me conhece sabe da minha intensa jornada como empresário, jornalista e consultor. Sabe o quão feliz eu fico toda vez que o desafio é construir, ajudar e dar o maior nível de atenção possível, sem querer saber o potencial econômico de quem está do outro lado. Investimos muito, sem discurso, para estruturar uma das plataformas de comunicação mais respeitáveis do país.
Quem me conhece sabe que defendo um valor de dar condições para que haja prosperidade no nosso mercado. Que acredito no trabalho de publisher muito além das páginas. Alguns, por me conhecerem tão bem, acabam sendo capazes de me definir melhor do que eu mesmo. Quando, num jantar recente, eu contava empolgado dos investimentos para a revista a um empresário de Blumenau, ele me veio com esta definição: “Marco, essa é a sua cachaça”… Rimos muito, claro, mas preciso admitir: esse foi um dos feedbacks mais importantes que recebi até hoje.
Se existe algo que aprendi e que quero sempre compartilhar com os meus leitores, é que trabalhar com um propósito, ainda que só você o entenda, é sim o valor de uma vida que vale a pena ser vivida.
Muito obrigado ao meu amigo Junior Souza.