Às vezes, me acho burro como uma porta. Até entender que é apenas uma questão de estar diante do que eu não conheço. A porta é, sem dúvida, a passagem entre duas situações: o conhecido e o desconhecido.Vou me estender um pouco sobre essa reflexão que eu tive – e que fala, sobretudo, de identificar cenários e entender oportunidades exatamente como elas são.
Pensando em duas situações opostas, você tanto pode ter uma série de convites à sua porta – se estiver num momento especialmente favorável do seu negócio – quanto pode achar que, quando alguém bate com a porta na sua cara, rejeitando suas ideias, é porque você não pensou direito. Mas, às vezes, o resultado independe do seu projeto ser bom ou ruim. O que faz a diferença é a relação entre espaço e tempo.
Vou apontar minha experiência pessoal como exemplo: nos últimos 27 anos da minha vida, tenho alternado intensamente entre erros e acertos com o propósito de ajudar as pessoas e suas empresas. Gosto de transmitir conhecimento, gosto de ver a evolução dos negócios. E aprendi nesse caminho que tudo é cíclico (ah, o lado doce da experiência…) e parte de um “egossistema”, quando na realidade deveria ser “ecossistema”. Há 16 anos, eu tenho uma editora e uma revista mensal na área de impressão.
E essa longevidade, rara no mercado editorial, não veio por acaso. De alguma forma, ela tem a ver com a pessoa que eu sou. Adoro gerar conteúdo e entregar para potenciais empresários do segmento de impressão. Eu acredito que, diante do conhecimento certo, no momento certo e na hora certa (a tal relação espaço-tempo), eles compram tecnologias, geram empregos e têm seu merecido lucro diante do desafio de empreender.
Por isso, há tempos, eu venho estudando a estrutura das diversas cadeias de valores de que os meus clientes fazem parte.Para vender mais publicidade para a revista, eu precisava ajudar o meu cliente a vender mais. E aos poucos fui percebendo que, para ele vender mais máquinas, tintas e materiais, eu precisava ajudar o cliente do meu cliente a vender mais serviços de impressão.
Foi essa constatação que fez com que eu começasse a realizar estudos para avaliar como as marcas (cliente do cliente do meu cliente) consomem a impressão. E venho descobrindo que o consumo de quase tudo – um produto, uma informação, um serviço – tem na comunicação visual da impressão o estímulo que gera impacto real. Parece loucura dizer que para vender publicidade seja necessário entender de tantas variáveis. Mas não é, tenho certeza disso.
A publicidade é apenas um dos meios de comunicação à minha (à nossa) disposição. As outras muitas iniciativas que eu tive de criar produtos ou consultorias serviram para pagar as despesas de estudos complexos e caros, mas que me permitiram ajudar as empresas a vender máquinas, tintas e materiais.
Talvez a loucura fosse não perceber que, mais do que vender publicidade, eu estava querendo uma desculpa para uma busca enriquecedora pelo conhecimento.Uma busca que, mais do que qualquer anúncio, abriu possibilidades de negócios e aprendizados. Novas portas se abriram, e eu nunca mais perdi uma oportunidade para aprender.