Estando cada vez mais conectado à internet, tenho ficado sem “saco” para o tempo que é desperdiçado no “mundo offline”. Vou explicar com um exemplo.
Há algum tempo precisava comprar calças, mas com a correria do dia a dia (os leitores com CNPJ sabem bem como é) a ida ao shopping foi sendo adiada durante meses. O que fazer então? Adiar mais me faria andar com trapos. Peguei uma fita métrica, anotei minhas medidas, visitei o tio Google, encontrei uma loja virtual, pus três calças no carrinho, optei pelo Sedex, digitei os dados do cartão, e pronto. Dois dias depois minhas calças novas já estavam no guarda roupas.
O processo todo, desde a pesquisa no Google até concluir a compra, me tomou 10 minutos. Quando as calças chegaram dois insights me surgiram. O primeiro foi “incrível, comprei roupa em 10 minutos, sem enfrentar trânsito, sem precisar ir ao shopping, ir em provadores ou falar com ninguém!”. Antes de decidir optar pela compra virtual, sempre que lembrava da necessidade das calças já me imaginava perdendo uma tarde inteira na combinação trânsito-shopping-provador-trânsito, e foi justamente esse pensamento que me fez adiar a bendita compra em meses. O segundo insight foi “quantas pessoas será que fazem isso por dia?”. A dúvida foi respondida tão logo olhei minha lista de pedidos a serem despachados no dia seguinte.
Todos os dias dezenas de jovens entre 22 e 26 anos compram camisetas no meu e-commerce. Alguns porque gostam da estampa e não encontram nada parecido em suas cidades, alguns porque gostam da estampa e não têm “saco” para procurar em shoppings ou lojas físicas.
Agora, vamos avançar mais um pouco. Eu, Rafael, comprando calças sou apenas um sujeito entre os milhões de brasileiros com acesso à internet, e esses milhões de pessoas conectadas são apenas a metade da população do país. Imagine o que acontecerá quando todos estiverem online. Serão milhões comprando vestuário, tecnologia, publicações, e tudo o que você conseguir imaginar.
Já virou costume falar que a internet é um dos principais meios de comunicação da atualidade, de modos que tudo o que acabei de escrever pode parecer obviedade. Mas quando falamos de serigrafia, parece que a internet nada passa de vitrine ou cartão visita.
Por Rafael Roan
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