Me desculpe, mas não sei de quem é a máxima popular de que errar é humano e a falta de conexão num lugar para fugir do Carnaval não me permite dar um Google. O fato é que este pensamento está mais do que enterrado no mundo em que vivemos. Um mundo que deseja ser perfeito. Que quer se mostrar somente o lado bom 24 horas por dia, especialmente nas redes sociais. Uma época em que se pune o erro sem dó nem piedade e num ano que ficará marcado na história do Oscar como o maior erro em quase 90 edições ao trocar os envelopes de melhor filme.
Hoje está se questionando como a imagem da PwC será impactada pelo acontecido. Afinal, eles eram os responsáveis pelos envelopes. Mas não se trata deste erro. É algo maior que está em jogo não apenas no caso do Oscar e da Consultoria renomada. É sobre a cultura do erro em que vivemos. Ou a total falta dela. Não se tem mais a complacência de que errar é humano. Qualquer erro é mortal. Fatal. Destruidor. Intolerável. Motivador das piores consequências. No Carnaval do Rio também tivemos erros que machucaram pessoas. Até uma turista foi parar no meio de uma favela por engano. Esses sim são imperdoáveis. Mas e no mundo corporativo? Até que ponto um erro deve ser cortado pela raiz?
Essa cultura é uma das principais responsáveis pela falta de inovação nas empresas. Ninguém pode errar. Ok. Não falemos de inovação caso você acredite que pode ser algo bem avançado. Falemos do dia a dia. Como o erro e o risco são irmãos, pouquíssimos executivos e empresas se arriscam. Isso não é de hoje. Mas também nunca esteve tão forte. Vivemos na covardia. Na mediocridade não por medo de errar, mas pela consciência de que se deve fazer o que se tem segurança para não…
Por Bruno Mello
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