Se existem dois dilemas na vida de um empreendedor, estes são os de como chegar lá e depois como se manter lá.
As atitudes de uma empresa definem quase que por completo a sua identidade. Na teoria é muito fácil compreender, mas é no exercício do dia a dia que a identidade de uma empresa é colocada à prova. Entre o ideal e o ser verdadeiro, existe uma vala de necessidades e comportamentos necessários para que o equilíbrio médio seja superior às pressões conspiratórias. A empresa fala, não só pelos canais de comunicação, mas principalmente pelas dezenas de bocas-miúdas.
São nas sequências de decisões e escolhas de seus líderes e liderados que mora o grande perigo de uma possível deterioração da imagem, gerando, assim, a dissonância entre a identidade almejada e a real interpretada. Cabem aos gestores e à equipe definir com muita autenticidade estas posições de identidade e, após escrituradas e concordadas, conduzidas com total proteção e cuidado no dia a dia.
Manter uma identidade inabalada requer disciplina militar, amor incondicional, comportamento solidário e muita resistência. Com a adoção de regras claras, exemplos constantes, exercícios rotineiros e a atenção ininterrupta dos possíveis desvios é que uma empresa pode ter um êxito na manutenção da identidade. Muitas vezes, reverter a percepção de uma identidade é uma tarefa quase que impossível. Não é difícil constatar marcas que ao abrirem mercados de maneira pouco planejada acabaram por ter suas identidades totalmente distorcidas.
É imprescindível que haja amor e muita dedicação nesta tarefa, pois, muitas vezes, sem muita percepção interna, a identidade começa a se perder, sem que ninguém perceba a distorção. Identidade de uma empresa não é um ativo físico e imutável, pelo contrário, é muito subjetivo e totalmente vulnerável, portanto, todo cuidado é pouco.