Summit Brasil discute liderança no mundo atual
“Nós não nascemos líderes, nos tornamos líderes, e conforme vamos trabalhando em nós mesmos aperfeiçoamos essa liderança”. Essa é a principal mensagem que o Summit Brasil quer passar para seus participantes.
O Summit Brasil faz parte do Global Leadership Summit, iniciativa da Willow Creek Association. O objetivo do evento é capacitar pessoas para a liderança, mostrando e discutindo as ferramentas necessárias para um líder. O Global Leadership Summit quer capacitar mais de 400 mil líderes ao redor dos 120 países pelos quais passa o Summit.
Durante a semana passada, dias 01, 02 e 03 de fevereiro, aconteceu o Summit Barueri, com diversas palestras de especialistas em liderança. A primeira palestra, do fundador da Willow Creek, Bill Hybels, falava sobre a trajetória de um líder.
“Quando foi a primeira vez que você se pensou como um líder” questionou Hybels. “A primeira pessoa que plantou a semente da liderança na minha mente, foi uma professora. Até hoje me lembro da conversa que tivemos onde ela me mostrou que eu poderia ser um líder. E isso é um momento importante na vida de uma pessoa, quando você planta a semente da liderança nela”. O fundador da Willow Creek discutiu um pouco a importância de mostrar para os jovens que eles podem ser líderes.
Outro ponto da palestra de Bill Hybels foi a liderança em tempos de divisão e desrespeito. Passamos por um momento em nossa sociedade em que todas as opiniões divergentes são motivo para discussões acaloradas, e desrespeito com o próximo. Hybels discutiu o papel do líder em situações como essa. O líder serve como exemplo e também para impor as regras de respeito no local de trabalho. O ideal para preservar o respeito no ambiente é criar uma série de diretrizes que permitam a discussão mas não tolerem o desrespeito.
Como último assunto de sua palestra, Bill Hybels falou sobre sucessão. Em algum ponto de sua carreira, um líder terá que escolher alguém para tomar seu lugar. É importante escolher a pessoa correta, que entende as necessidades da empresa e a conhece. Hybels contou sobre sua experiência com a sucessão da Willow Creek, e como ele está passando por esse processo. O quão importante é o planejamento desse momento, e também o quanto é importante não arrastar o processo mais do que o necessário. Pensando nisso, Bill deixou três dicas:
- Montar um documento de sucessão bem pensado.
- Deixar as políticas de fora da escolha.
- Não deixar o processo se alongar, para não prejudicar sua empresa.
A última palestra do primeiro dia de evento, foi com Sheryl Sandberg, COO do Facebook. Sheryl começou seu discurso com um assunto importante e muito em voga no momento: mulheres no mercado de trabalho. Assim como Bill Hybels, Sandberg comentou sobre a primeira vez em que se sentiu líder. O momento só veio para ela quando ela já tinha assumido um cargo de liderança em uma grande empresa, mas ela sempre teve o espírito de liderar, desde a infância. Só que, ao contrário do que acontece com muitos meninos, Sheryl sempre foi descrita como “mandona” ou “com grandes habilidades administradoras”. O que a trouxe ao principal ponto de sua palestra: precisamos mudar a identificação de meninas como líderes. Devemos incentivar, não só mulheres, mas todas as minorias a liderança.
Foi pensando nesse incentivo, que Sandberg criou o projeto “Faça Acontecer”, que é um livro que deu origem a círculos de incentivo para mulheres líderes. Os homens que procuram entender melhor a situação da mulher no mercado deveriam ler também. Além disso, procurar dividir as tarefas do lar com suas esposas, para trazer equilíbrio.
Além do assunto da diversidade no mercado de trabalho, Sheryl compartilhou sua experiência no desenvolvimento da resiliência. Há poucos anos, o marido dela faleceu, e ela teve que lidar com o luto e para conseguir seguir produzindo teve que desenvolver sua resiliência. Sheryl deu conselhos para quem passa pela situação de estar do lado de uma pessoa com problemas. “Geralmente, quando uma pessoa em nosso local de trabalho está passando por uma situação difícil nós tiramos trabalho dela. Mas percebi que tirar o trabalho de alguém é dizer que ela não consegue mais fazer aquilo. Trabalhando com Mark (Zuckeberg) descobri que é importante nós mostrarmos que a pessoa está fazendo um bom trabalho, mesmo em um momento difícil. Isso nos dá mais força e motivação” explica.
Sobre essa situação de superação, a COO do Facebook escreveu o livro Option B. No livro, ela explica como podemos transformar a tristeza, falha ou perda em um momento de crescimento.
A primeira palestra do segundo dia, foi com Fredrik Härén, autor sueco e especialista em criatividade empresarial. Fredrik falou sobre a importância da criatividade em um líder, o quanto é importante desenvolver a criatividade dos funcionários. Ele definiu uma ideia como uma pessoa pegando duas coisas conhecidas e transformando em algo novo. Agora, a percepção das ideias é a habilidade do mercado de observar que a indústria muda. Fredrik usou a ideia do próprio livro, que combina livro e um espaço para anotação conjuntos. E conseguiu vender três vezes mais do que qualquer livro sobre negócios. Em seu discurso, Fredrik diz que devemos procurar incentivar as pessoas a tomarem decisões criativas. Como líderes, devemos procurar sempre incentivar a criatividade.
Andy Stanley, autor, comunicador e pastor, foi a segunda palestra do dia. Seu discurso falou sobre ser um líder excepcionalmente melhor, e o que é ser excepcionalmente melhor. Começa seu discurso dizendo que ao invés de focar somente no que aprendemos com nossos erros, devemos aprender com nossos acertos também. Procurar em nossas decisões o que foi que deu certo e procurar até melhorar o que fizemos de bom. “Normalmente não fazemos uma autópsia em nosso sucesso, criticamos e falamos sobre nossos erros. Porém, também olhar para onde acertamos, isso pode nos ajudar a prevenir um erro no futuro”, explica.
Além disso, Stanley discutiu a diferença que faz um líder que busca sempre o excepcionalmente melhor. O que é o excepcionalmente melhor? É escolher um serviço e entregar um serviço único, que procura fazer o que foi projetado para fazer melhor do que a concorrência. Se for excepcionalmente melhor, as pessoas irão até você pelo seu produto. Toda a atividade compartilha pressupostos. Uma organização bem sucedida que não está lutando com esse problema não está procurando ser o melhor. As organizações estão sempre procurando sair do pressuposto ou ir além dele.
Então, toda a organização deve reconhecer que precisa mudar sem oferecer resistências. Se observarmos tudo e criticarmos e torcermos o nariz imediatamente, não estamos aprendendo. Um bom líder procura sempre aprender com seus erros, com o mercado e seus concorrentes. Devemos manter os olhos e a mente abertas, e estarmos abertos a novas ideias. Incentivar nossos funcionários a seguir dando ideias pode tornar o negócio excepcionalmente melhor.
A última palestra do segundo dia de Summit, foi com Bryan Stevenson. Bryan é advogado, formado pela Escola de Direito de Harvard, e fundador da Equal Justice Iniciative. Seu discurso falou sobre liderança social. O mundo passa por momentos de divisão, de muito julgar e pouco ouvir e se aproximar das minorias. Bryan Stevenson contou como se aproximaram dele, e o motivaram a entrar na faculdade e ir cursar direito para se aproximar das comunidades mais pobres e ajudar aqueles que não tem quem os defendam.
Bryan fala que líderes conseguem se aproximar dos necessitados e mudar a narrativa, como ele mesmo fez. Temos o poder de mudar a história daquelas pessoas que não tem meios, e plantar sementes para um futuro com mais igualdade. Para alterarmos narrativas, temos que ter esperança que o que fizemos tornou uma vida ou até mesmo o mundo um lugar melhor. Vemos muitas pessoas reclamando da falta de liderança no mundo atualmente, e alguns de nós precisamos nos levantar e liderar.
Um ponto principal da liderança é sair da nossa zona de conforto. Fazer coisas desconfortáveis pode te tornar um líder melhor, por prover ferramentas que você não tinha antigamente. Fazer coisas desconfortáveis te faz alcançar um novo patamar.