As relações de trabalho estão se transformando em ritmo acelerado, e não é para menos, já que graças à revolução digital as empresas estão se reinventando. As mudanças estão exigindo que o departamento de Recursos Humanos se torne ainda mais estratégico. Ser a ponte de intersecção que une empresas e pessoas ainda é a principal tarefa dessa área, mas está longe de ser o seu único desafio.
O RH nasceu dentro das organizações em um contexto de mundo muito diferente. Antes, o relacionamento entre empresa e colaboradores era mais simples: a empresa pedia que seus funcionários entregassem tempo, energia e trabalho em troca de dinheiro e estabilidade.
Hoje, essa interação se tornou muito mais complexa. As pessoas desejam construir carreiras com experiências de vida, querem trabalhar com propósito. Muitas vezes, a felicidade, a qualidade de vida e a realização enquanto indivíduo pesa mais do que o pacote salário/benefícios. Já as empresas exigem muito mais do que tempo. Elas querem funcionários comprometidos com o negócio, mindset empreendedor e preparado para a inovação.
Olhando para esse cenário, conseguimos entender o tamanho do desafio! O RH, além de suas funções diárias que envolvem folha de pagamento, gestão de benefícios, recrutamento e seleção, retenção de talentos, treinamento e cultura empresarial, ainda precisa balancear as expectativas entre o crescimento do negócio e a realização das pessoas.
Se do ponto de vista do negócio o resultado financeiro é a única métrica que realmente conta, para os indivíduos, a felicidade e a satisfação pessoal são muito mais importantes do que a folha de pagamento. Uma vez que as empresas não conseguem produzir nada sem as pessoas, entregar para os colaboradores aquilo que eles desejam em troca de maior produtividade e resultado pareceu ser a grande sacada da área. Agora, o grande desafio é mostrar em números e em resultados tangíveis que a satisfação dos colaboradores resulta em maiores lucros e crescimento para a empresa.
Ninguém questiona a importância e o papel que a área desempenha, mas o fato é que é preciso dar mais um passo. Os profissionais de RH devem se debruçar na tarefa de criar indicadores capazes de quantificar e traduzir a complexidade dos seres humanos. O exercício deve ser literalmente tangilbilizar o intangível.
Outro desafio, menos urgente, mas tão importante quanto, é entender qual o papel das pessoas no futuro do trabalho. Como será empregada nossa força de trabalho daqui há alguns anos, quando a inteligência artificial e a capacidade técnica das máquinas se equipararem ao trabalho que nós, humanos, entregamos? Parece impossível prever o que vai acontecer, mas é um exercício que precisamos fazer.
Reinventar o RH é uma tarefa que vai demandar alguns anos, muito debate, inúmeras tentativas, vários erros, protótipos e sugestões. Mas, mesmo parecendo um horizonte distante, quanto antes começarmos a caminhar, mais rápido e preparados para essas mudanças nós estaremos.