O futuro do digital em pessoa.

Saiba como João Bogado, com apenas 21 anos, se tornou uma autoridade em marketing digital no Brasil e agora está apontando o seu conhecimento para ações de venture capital.

Para quem quer entender, hoje, a diferença entre empresas tradicionais e modelos de negócio realmente baseados no digital, é incontornável pensar no nome de João Bogado – um profissional tão jovem quanto o tipo de marketing em que se tornou um dos maiores especialistas do país. Sim, porque esse empreendedor e consultor autodidata tem só 21 anos – incluindo aí uma experiência de mercado de cinco, já que começou na profissão ainda adolescente. Um prodígio das estratégias digitais, Bogado transformou a história de 60 empresas dos mais diversos portes, gerando resultados em torno de R$ 150 milhões.

Quando tinha 16 anos, na mesma época em que você provavelmente passava boa parte do seu tempo no videogame, João decidiu ser copywriter – um redator do universo digital com foco em textos (dos mais variados formatos) elaborados com uma técnica dedicada a persuadir o consumidor. Brilhou tanto nessa atividade que passou por empresas como Empiricus e Reserva antes de dar mais uma guinada em sua carreira vertiginosa: empreender.

João Bogado hoje dá consultoria sobre marketing digital, é requisitado no assunto, e seu negócio já fez tanto sucesso que o profissional está começando uma nova jornada, de venture capital, levando a sua expertise a empresas que vão tê-lo como sócio. E a primeira delas é a marca Camys, que nasceu em 2018 e, com 80% de seu faturamento baseado no digital, vem surpreendendo no segmento de moda feminina – em seu segundo ano de vida, já faturou cerca de R$ 8 milhões.

Um negócio tão jovem e promissor quanto o próprio João Bogado, que compartilhou um tanto da sua energia inesgotável e da sua trajetória no universo do marketing, nesta entrevista exclusiva para a Empresário… Digital!

EMPRESÁRIO DIGITAL – Você começou adolescente trabalhando com infoproduto e hoje, ainda muito jovem, já está comprando empresas. Como foi essa ascensão?

JOÃO BOGADO – Tem um negócio que chamam de paradoxo narrativo. É a ideia de que, quando eu olho para trás, na minha vida, consigo conectar pontos que não estavam ligados. As histórias dos empreendedores são todas lindas na biografia. Mas quem estava lá sabe que foi muita porrada e bomba. Minha ascensão, por exemplo, não tem nada de meteórica. Comecei a trabalhar com comunicação há quase uma década. Dos 12 para os 16 anos, escrevi poesia e fiz muito teatro, montei peças semiprofissionais além de ter participado de várias. Também fiz dois curtas-metragens. Foi um processo de aprender a pensar, a me comunicar, construir narrativas num texto. Então, aos 16 anos, tive uma crise de carreira e decidi largar tudo para focar no marketing digital.

ED – Como um adolescente tem uma decisão como essa?

JOÃO BOGADO – Apesar de gostar muito de teatro, cheguei à conclusão de que não era a vida que eu queria. Minha mãe, na época, estava lançando um curso digital e eu comecei a trabalhar como assistente, escrevendo e-mails, criando bot de Facebook… e aí descobri a função de copy. No meu primeiro grande resultado como copywriter, vendi R$ 240 mil em sete dia. Logo em seguida, participei de um evento da área, peguei troféu no palco e fechei 15 contratos. Dos 15, eu cortei para 5. Desses 5, um foi minha primeira campanha que gerou R$ 1 milhão.

ED – Qual foi o seu caminho até começar com a consultoria?

JOÃO BOGADO – Antes de seguir sozinho, trabalhei para a Empiricus, sete meses lá dentro e dois anos como freelancer, e foi lá que me aprofundei mais no copywriting, nas cartas de venda, aprendi muito. Quando saí, já estava dando consultoria de copy, de marketing digital, para complementar minha renda. Aí fui para a Lituânia, para um acampamento de empreendedorismo, ouvi umas palestras incríveis e voltei ao Brasil focado em empreender. Só que conheci o Rony Meisler, CEO da Reserva, e ele me chamou para ser gerente de comunicação digital e voz de marca da empresa.

Fiquei ajudando a digitalizar a marca deles, estruturando o departamento de comunicação digital. Foi um hiato na minha vida, porque eu queria muito trabalhar com o Rony, mas meu negócio na época já era empreender. Então, nove meses depois, saí da Reserva e fui tocar a consultoria que tenho até hoje. Já atendemos 60 empresas e fizemos R$ 150 milhões em 30 nichos de mercado. Agora estamos partindo para as billion dollar companies. Criamos um modelo para atender empresas muito grandes, de franqueadoras a varejistas e mercado financeiro. Estamos expandindo.

ED – Qual é a essência do trabalho que você oferece para as empresas?

JOÃO BOGADO – Existem dois tipos de empresas hoje: as jovens, digitais, mas que não sabem o que precisa ser feito para escalar, no sentido de equipe, processo; e as empresas maiores ou mais tradicionais, que não têm conexão com a área digital. Por ter passado pela Reserva e pela Empiricus, e já ter dado consultoria para muita gente, eu sou o cara que entende de digital, de Instagram, de e-mail, de anúncio, de posicionamento, mas também entende da estrutura das empresas – eu sei que você tem de montar um time, precisa ter processo, ter objetivo, planejamento e acompanhamento. Geralmente uma pessoa com a minha idade não sabe lidar com as empresas grandes e nem quer, ela só quer empreender. Só que alguém tem de fechar essa ponte. Os CEOs precisam de alguém que os aconselhe nas suas decisões digitais. E esse alguém sou eu.

ED – Como você vê a performance geral das empresas, no que diz respeito às estratégias de digital?

JOÃO BOGADO – Das empresas bilionárias, com as quais eu converso, às microempresas, os problemas são parecidos. Um exemplo é o posicionamento. Não sabem se posicionar e nem trazer congruência para a comunicação digital. Você tem pessoas no topo que não entendem de digital, tomando decisões estratégicas, e tem pessoas embaixo que entendem, mas não podem tomar esse tipo de decisão. Esse é o primeiro grande problema: as empresas não conseguem ter um posicionamento único em seus diversos pontos de contato com o cliente. O segundo problema é que as empresas não geram conteúdo, sendo que conteúdo é a moeda do século 21. Se você não gera conteúdo, você não tem atenção; se você não tem atenção, não vende. São lacunas que tanto as empresas gigantescas quanto as pequenas têm. A diferença é que as gigantescas rasgam milhões de reais para tentar fazer isso. O terceiro ponto é que elas não sabem se comunicar em outros formatos. Como assim? No Instagram, agora, você tem de fazer reels e fazer stories. Como é que uma empresa grande ou pequena deveria fazer essas comunicações? E sem cair na dancinha? É para ter respostas nesses campos que as empresas me procuram.

ED – Mas não há algo que diferencie grandes e pequenas nessas lacunas?

JOÃO BOGADO – As grandes acham que o digital delas é bom porque vende milhões, só que esses milhões representam uma porcentagem ridícula perto do faturamento total da empresa. Como se trata de uma companhia gigantesca, é claro que qualquer coisa que façam se torna relevante em números. Mas o digital delas performa muito mal. Já as pequenas têm mais esperança porque o dono está muito perto do negócio, porque a equipe é menor. Há mais perspectiva de mudar rápido, mas vai dar mais trabalho para gerar resultado. É muito fácil montar uma equipe numa empresa pequena, mudar um gerente, porque o dono está comigo. Já na grande, as mudanças internas são muito mais difíceis, há toda uma política corporativa, precisa mexer em uma estrutura mais congelada. Mas, a partir do momento em que consigo mexer, o resultado é incrível. Em uma empresa grande, com uma pequena mudança, é possível aumentar o faturamento em milhões. Porque já tem tanta relevância, mal utilizada, já gera tanto tráfego, que quando você redireciona três coisinhas, consegue resultados inacreditáveis. O pequeno ainda precisa construir tudo isso.

ED – Por que você decidiu atuar em venture capital?

JOÃO BOGADO – Eu já estou nessa área de consultoria há anos, os caras me pagam uma vez, eu dou toda a minha inteligência para eles, eles faturam milhões a mais e eu fico com pouco resultado. Pensei: o que eu posso fazer para mudar isso? Então tive a ideia de convidar alguns clientes a dar um pedaço da empresa deles para ter o nosso serviço. Só que não deu certo. Tentei três vezes, com alguns dos meus melhores clientes, mas percebi que as pessoas não tinham a mesma sensação de valor.

Foi o momento em que pensei que precisava entrar de alguma forma no venture capital, que é uma iniciativa que estou estruturando agora. Neste exato momento estamos conversando com parceiros. A gente se vê muito como smart money. Não é o nosso dinheiro, é nossa expertise. Mas a gente decidiu investir também.

ED – E o que levou você a comprar parte da Camys?

JOÃO BOGADO – Justamente quando eu estava montando essa novidade de venture capital, calhou de passar na nossa frente essa oportunidade incrível que é investir na Camys. A CEO é uma menina genial de 26 anos, ela faz financeiro, faz produto, faz marketing, montou uma equipe muito legal, gerencia mais de 20 pessoas, conseguiu R$ 8 milhões de faturamento no segundo ano, 80% baseado no digital, então tem muito o que a gente pode mexer para fazer decolar de vez. O timing também fazia sentido investir. Havia uma sócia querendo sair e a empresa tinha chegado num platô do que seria possível conseguir no digital com a equipe e a estratégia que tinha. Ou seja, a Camys está totalmente em linha com nossos objetivos de longo prazo. Investi forte na marca e trouxe também um investidor de moda, que é o Felipe Siqueira, founder da Oficina Reserva. Vou contribuir muito com marketing de performance, com posicionamento, escala, com a coisa de montar equipe de marketing e processo, já o Felipe sabe como ninguém fazer estratégia de varejo, de moda, de loja, de vendedores. Então, junto com essa CEO que é muito competente, faremos um dream team. A Camys está se preparando para voar alto e queremos que seja nosso primeiro desenvolvimento de venture. Estamos procurando investidores e procurando empresas.

ED – Você já conseguiu tantos resultados com apenas 21 anos, como se vê no longo prazo?

JOÃO BOGADO – O que mais gosto é aumentar o resultado das empresas. Como consultor, você tem muitas limitações. É claro que vou continuar com a consultoria, que eu amo fazer mas agora, como investidor, acredito que farei uma diferença ainda maior na história desses empreendimentos. Eu quero que o meu negócio, ao lado do conjunto de empresas nas quais a gente vai investir, se torne um grupo bilionário, grande, relevante e que faça negócios sustentáveis, ESG, digitais. Quero ser lembrado, daqui a 20 anos, como um agente de transformação, que teve importância para digitalizar as empresas e profissionalizar o marketing digital no Brasil. Acredito, de verdade, que estou entrando no período mais divertido da minha vida

Outubro 2024

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