A escassez é um poderoso catalisador de inovação. Longe de qualquer inclinação sádica deste que vos fala; entretanto, é notório que em períodos de escassez e dificuldades a humanidade conseguiu não só se reerguer como também promover a inovação no mundo. Uma prova muito contundente disso é que Israel é uma das nações mais avançadas em startups de diversos segmentos.
E, como reforço ao argumento que apresentou este artigo, é digno de nota que Israel é uma nação com muitas restrições territoriais e, claro, escassa na oferta de água. Não por acaso, Israel demonstra intenso apoio às pesquisas de carne sintética. A Supermeat,, uma promissora startup, pretende levar o primeiro “frango” sintético ao mercado. Isto é, uma carne de frango que não é carne de frango.
Em 1931, antes de ser o primeiro-ministro britânico e peça decisiva na luta contra o nazismo, Churchill foi visionário. Em seu artigo intitulado “Fifty Years Hence”, ou “Daqui a Cinquenta Anos”, Sir Winston Churchill previu o “clean meat”.
“Nos livraremos do absurdo de criar um frango inteiro para consumir o peito ou as asas, cultivando cada parte em separado, dentro de um meio rico em nutrientes”, cravou Churchill na Strand Magazine. “Esses novos alimentos serão, sob qualquer medida, indistinguíveis dos produtos naturais’”. Apesar de ter errado por alguns anos, é possível dizer que há possibilidades reais de isso se tornar viável em breve.
Ao contrário do que se possa pensar, o veganismo é um movimento natural para o qual, possivelmente, todos terão que se encaminhar mesmo sem perceber. Senão por convicção e sustentabilidade ambiental, por necessidade e escassez de recursos. Portanto, a criação de “carnes sintéticas”, presentes desde meados de 1990 quando a própria Nasa passou a investir em pesquisas nesse setor para fins de longas viagens espaciais, pode ser vista como uma corrida contra o tempo.
Não há julgamentos de minha parte sobre quem come carne, mesmo porque eu sou uma pessoa que ingere produtos de origem animal. O meu objetivo é demonstrar como a tecnologia e a necessidade podem dissipar qualquer polarização social a respeito do veganismo.
Estima-se que consumimos 56 bilhões de animais por ano. Porém, esse consumo acontece de maneira desproporcional. Os EUA consomem 17% da carne disponível, ou seja, 17% da proteína animal direcionada a apenas 5% da população do mundo. Isso significa que se todos nós consumíssemos carne como os norte-americanos, a escassez seria sem precedentes.
Há uma disrupção no horizonte. Resta saber se a encararemos como uma ameaça ao nosso status quo ou uma imensa oportunidade de atingir maior abundância de recurs