Uma organização ambidestra incorpora a inovação nas estruturas de gestão e cultura de toda a empresa, seja ela uma grande companhia ou uma startup, que pode ainda estar tirando uma ideia do papel!
Segundo estudo do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, cerca de 25% das startups morrem com um tempo menor ou igual a um ano, 50% em até quatro anos e 75% com menos de treze anos. Esses números representam uma série de fatores que comprometem startups, mas, ainda segundo a pesquisa, há fortes indícios de que esse insucesso esteja ligado diretamente à menor capacidade de adaptação dos gestores às mudanças e necessidades do mercado, além de problemas de relacionamento entre os sócios.
A capacidade de adaptação é um comportamento que deve ser incentivado e incorporado dentro das culturas de empresas inovadoras, para que se mantenham sempre atualizadas e não caiam na obsolescência, mas como fazer isso?
Conseguir identificar de maneira rápida e prática o que leva as startups ao erro é o caminho essencial para acompanhar o ritmo que esse tipo de negócio pede. Os desafios são muitos, mas sabemos que, na visão de gestão, os grandes sinais sempre surgem a partir da dificuldade de validar a principal ideia, manter o negócio em evolução e sempre criar produtos realmente relevantes para os clientes. Uma tarefa nada simples, especialmente se combinada a uma cultura organizacional ainda em construção, pois são empresas ainda muito novas, e que estão crescendo e contratando novos talentos do mercado, que chegam também com culturas distintas.
Uma gestão ambidestra passa a ser muito importante, mas como fazer no dia a dia de uma startup?
Considerando os três pilares fundamentais abaixo, cada um com duas dimensões, a organização deve avaliar as suas capacidades organizacionais em cada uma delas. Essa análise irá resultar em uma perspectiva clara sobre o sistema organizacional predominante.
Direção & Transformação
Pessoas & Cultura
Estrutura e Processos
E, a partir desses pilares, nós da Ambidestra apoiamos as startups a se manterem inovadoras e, ao mesmo tempo, terem disciplina para que elas se tornem escaláveis.
Primeiro de tudo é encontrar e fortalecer o propósito dessa organização mantendo todos inspirados e conectados a algo que impacte as pessoas, sociedade e até o planeta. Pode ser que você ache que isso não tem nada a ver com inovação, mas aí que está o pulo do gato. As grandes inovações nascem de sonhos grandes e ambiciosos.
Depois é fundamental que a empresa tenha clareza de quem é seu cliente e suas necessidades. E isso é um dos valores mais importantes de culturas inovadoras. Só assim vamos conseguir desenvolver produtos e serviços relevantes para a vida das pessoas.
Entendendo aonde se quer chegar e as necessidades reais do mercado, agora é fundamental que tenhamos objetivos estratégicos inspiradores e claros para todos os times remarem na mesma direção. Adoramos e aplicamos muito a metodologia OKRs (a sigla para “Objective and Key Results”, um modelo de gestão ágil de desempenho com foco nos resultados), que, inclusive, permite que a organização adapte seus planos conforme eventos que acontecem no meio do caminho.
E depois, no modelo de gestão ágil, é necessário deixar habilitar os times para que operem com autonomia, porém com disciplina, estabelecendo ritos de melhoria contínua, onde o grupo aprende com ciclos anteriores buscando serem cada vez melhores. Há diferentes métodos e ferramentas que podem ser incorporados aqui, como por exemplo o Scrum, mas o mais importante é deixar claro quais são os comportamentos que devem ser incentivados e os que não serão tolerados.
Aí entram os valores organizacionais. São eles que suportarão a cultura de adaptabilidade, de aprendizado, de excelência, de agilidade, que uma startup tanto precisa. Cultura é um conjunto de comportamentos, de práticas e símbolos que acontecem dentro da organização. É muito menos sobre frases de efeito e muito mais sobre o que é praticado de fato, principalmente pela liderança.
Trabalhar os valores e comportamentos é a base para culturas fortes, que suportarão negócios e marcas bem-sucedidas.
Em nossa atuação junto com startups percorremos todas as camadas para essa construção: propósito, valores, ritos, símbolos, heróis (os grandes embaixadores da cultura) e a conexão com o modelo de gestão, para que essa cultura aconteça na prática.
Por fim, citamos John P. Kotter e James L. Hasket, estudiosos que demonstraram que empresas com culturas fortes têm resultados surpreendentes, como um crescimento quatro vezes mais rápido, taxas de criação de empregos sete vezes maiores, preço de ações aumentando 12 vezes, com mais velocidade e proporção entre desempenho e lucro 750 vezes maior.
Se os números não mentem, qual é o grande desafio para tornar a sua startup um negócio ambidestro, saudável e próspero?