A importância de buscar novos caminhos e ampliar as lentes para resolver antigos problemas e gerar novas conexões.
Antigamente, acreditava-se que, depois de atingir a idade adulta, o cérebro simplesmente parava de se desenvolver e, a partir desse momento, o comportamento mental de uma pessoa se tornaria mais rígido e limitado. Aliás, você já deve ter escutado por aí que a melhor idade para aprender é na infância e adolescência ou também que depois de adulto não se muda mais.
A neuroplasticidade foi uma descoberta científica que rebate esse ponto e mostra que, sim, as células de um cérebro adulto são capazes de se regenerarem, mesmo após traumas e danos. Com o avanço dos estudos sobre a plasticidade neural, sua aplicação tem sido utilizada em tratamentos de doenças neurodegenerativas e em pacientes que lidam com distúrbios psicológicos causados através de eventos traumáticos. E o conceito não é aplicado apenas em casos clínicos. A neuroplasticidade permite que cérebros adultos sejam capazes de absorver novas informações e de desenvolver intelectualmente.
Mas o que isso tem a ver com padrões de comportamento no ambiente profissional?
Você já se pegou ou viu sua equipe em uma situação na qual sentia que as ideias eram limitadas e os problemas difíceis de serem resolvidos? Ou até mesmo vê resistência para a implementação de um ambiente com pensamento voltado à inovação? Muito disso pode ser causado por uma limitação intelectual ou criativa. Se o cérebro pode se regenerar e aprender novas habilidades, também entendemos que é possível mudar antigos hábitos e conceitos dentro de corporações, mesmo as que possuem processos e culturas mais rígidas ou equipes sem flexibilidade.
O cérebro é capaz de gerar novos neurônios ou ampliar as conexões neurais, que criam novos circuitos e portanto um espaço maior para receber novas informações. Porém é preciso treinar para que essas mudanças aconteçam.
A mudança de comportamento deve ser uma construção diária na vida pessoal e profissional
“A resistência traz o componente da dúvida, da incerteza, porque quando estamos em um lugar, mesmo que ruim, é o que você conhece, o novo não, ele é desconhecido e traz medo, que é uma emoção muito preponderante no processo de tomada de decisão humana, queremos sempre evitar qualquer tipo de risco”, segundo a neuroeconomista Renata Taveiros de Saboia
Quando falamos de quebras de padrões e mudanças de comportamento, é importante analisar quais são os fatores que fazem com que um grupo de pessoas ou ambiente se tornem resistentes ou inflexíveis ao novo ou para que tenham dificuldade em absorverem novos aprendizados e se sintam desconfortáveis para tomarem novos rumos.
E uma maneira de exercitar novos modelos de pensamento e comportamentos é criar novos hábitos que exercitam o cérebro e o façam ter novas conexões neurais e que o torne mais apto a enxergar as mesmas situações em diferentes perspectivas. Para isso, é necessário criar hábitos cotidianos que estimulem esse exercício: “Quando a gente vai mudando as coisas aos poucos, traz um fator para reforçar esse processo, que é o sistema de recompensas. Quando temos uma recompensa imediata e mais curta, temos uma liberação mais rápida de dopamina no sistema, que por sua vez vai despertar o desejo por recompensa por esse comportamento”, diz Renata.
Nas organizações, é essencial criar um ambiente de segurança para promover essa mudança de mindset, as pessoas precisam sentir-se confortáveis para experimentar algo novo e precisam adquirir novos repertórios para pensar diferente do que já conhecem, de forma contínua.
Aqui na Ambidestra, trabalhamos para desafiar modelos mentais e trazer mudanças efetivas através de frameworks práticos usados com as equipes no dia a dia para destravar: inovação, criatividade, soluções novas para problemas antigos e ampliação da visão sistêmica. Tudo isso é muito fundamental para as organizações que estão precisando surfar de forma diferente em novas ondas da transformação digital.