Quebrando regras para criar o futuro

Phill Knight, o renomado fundador da Nike, afirmou uma vez: “Você é lembrado pelas regras que quebra”. Essa frase emblemática pode ser aplicada não apenas ao mundo dos negócios, mas especificamente à inovação corporativa. A capacidade de desafiar o status quo, de questionar as regras estabelecidas e ultrapassadas, é essencial para impulsionar o progresso e garantir a sobrevivência das empresas em um ambiente de constante mudança. Neste artigo, vou explorar como a “quebra de regras” está intrinsecamente ligada à inovação e ao papel dos profissionais inovadores na criação de um futuro próspero para suas organizações.

A inovação corporativa é um processo desafiador que exige coragem e determinação para desafiar as convenções estabelecidas. Ao longo dos anos, muitas regras foram criadas para orientar as empresas, mas nem sempre se aplicam aos tempos atuais. Essas regras desatualizadas podem criar uma zona de conforto perigosa, onde as organizações se contentam em seguir o caminho já traçado, ignorando as mudanças do mercado.

Dentro de uma empresa, os profissionais responsáveis pela inovação têm a responsabilidade de romper com a monotonia e a complacência. Se eles não estiverem criando algum desconforto ou atrito, é um sinal de que não estão cumprindo seu papel adequadamente. Inovar requer sair da zona de conforto, desafiar as normas estabelecidas e buscar constantemente novas abordagens.

A inovação não surge do nada; é alimentada pelo atrito, pelo confronto saudável de ideias. Ao questionar as regras estabelecidas, os profissionais inovadores podem desafiar as noções preexistentes e criar espaço para a criatividade florescer.

“Empresas não morrem por fazer a coisa errada, morrem por fazer a coisa certa por tempo demais.”

Essa frase proferida por Walter Longo é profundamente relevante no contexto da inovação corporativa. O sucesso passado e as práticas consolidadas nem sempre são garantia de sucesso futuro. Empresas que se apegam ao que funcionou no passado e relutam em se adaptar às mudanças do mercado correm o risco de perder sua relevância e, em última análise, sua sobrevivência. A inovação é um processo contínuo, e a capacidade de revisar, adaptar e quebrar as regras antigas é crucial para garantir a viabilidade futura.

Para inovar, é necessário questionar e, se necessário, quebrar as regras estabelecidas. Não se trata de operar em um ambiente de anarquia, mas sim de criar um espaço onde a experimentação e a criatividade possam prosperar. Ao eliminar as regras rígidas, é possível testar novas abordagens e descobrir o que realmente funciona. À medida que um novo cenário e contexto se formam, é possível então criar regras atualizadas que permitam replicar e sustentar o sucesso alcançado.

É importante ressaltar que quando falo sobre quebrar regras para promover a inovação, isso não significa, em hipótese alguma, violar princípios éticos, valores morais ou agir de forma desonesta. A quebra de regras aqui mencionada refere-se à contestação de normas estabelecidas que possam estar limitando o potencial criativo e inovador de uma organização.

Um exemplo inspirador de uma equipe interna que desafiou as regras da própria empresa e alcançou sucesso na criação de uma inovação é a equipe da Netflix.

Antes de se tornar a gigante do streaming que conhecemos hoje, a Netflix era uma empresa que alugava DVDs pelo correio nos Estados Unidos. Em meados dos anos 2000, quando o modelo de negócio baseado em DVDs estava crescendo, a equipe interna da Netflix começou a perceber as mudanças no comportamento do consumidor e a ascensão da internet de alta velocidade.

Enquanto a maioria das empresas de locação de DVDs acreditava que seus negócios continuariam prosperando, a equipe da Netflix desafiou essa suposição e viu uma oportunidade de inovação no mercado emergente de streaming de vídeos. Eles perceberam que o futuro estava no acesso instantâneo e conveniente ao conteúdo, em vez da dependência dos DVDs físicos enviados pelo correio.

Com essa visão, a equipe interna da Netflix, liderada por Reed Hastings e Marc Randolph, começou a investir no desenvolvimento de uma plataforma de streaming online. Eles enfrentaram resistência interna e até mesmo críticas do próprio conselho da empresa, mas permaneceram firmes em sua crença de que o streaming era o futuro do entretenimento.

Finalmente, em 2007, a Netflix lançou seu serviço de streaming de vídeos, permitindo que os assinantes assistissem a filmes e programas de TV instantaneamente em seus computadores. Essa mudança revolucionou a indústria do entretenimento, tornando a Netflix líder do setor de streaming e mudando para sempre a forma como as pessoas consomem conteúdo audiovisual.

Outro exemplo de equipe interna que quebrou o status quo e conseguiu inovar e criar um novo produto é a equipe da 3M responsável pelo desenvolvimento do Post-it.

Na década de 1970, a 3M era conhecida principalmente por seus produtos adesivos industriais. No entanto, Spencer Silver, um químico da 3M, havia desenvolvido acidentalmente um adesivo de baixa aderência que não se mostrava útil para as aplicações tradicionais da empresa. Ao invés de descartar essa descoberta, Silver decidiu compartilhar suas descobertas com colegas de trabalho.

Foi então que Arthur Fry, outro funcionário da 3M, teve a ideia de usar o adesivo de baixa aderência para criar pequenas notas autoadesivas que pudessem ser facilmente removidas e reposicionadas. Juntos, Silver e Fry formaram uma equipe interna que começou a desenvolver e aprimorar o conceito.

Apesar de enfrentarem ceticismo e resistência inicialmente, a equipe persistiu em sua visão e refinou o produto. Eles encontraram uma solução para a baixa aderência, permitindo que as notas aderissem a diferentes superfícies sem danificá-las. Em 1980, o Post-it foi lançado comercialmente pela 3M.

A equipe interna da 3M quebrou o status quo da empresa, que era focada em adesivos industriais, e criou um produto icônico e amplamente utilizado em todo
o mundo.

Conclusão:

A inovação corporativa exige coragem, flexibilidade e a disposição de desafiar as regras estabelecidas. Aqueles que desempenham o papel de impulsionadores da inovação devem estar preparados para criar incômodo, gerar desconforto e enfrentar atritos. É através do confronto saudável de ideias, da revisão das regras ultrapassadas e da criação de um ambiente propício à experimentação que as empresas podem inovar e criar um futuro promissor. Lembre-se: “Você é lembrado pelas regras que quebra”. Portanto, ouse desafiar o status quo, questionar o que é considerado “certo” e construir um caminho único para o sucesso empresarial.

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Outubro 2024

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