Já ouvimos a brincadeira que estamos todos FUD, né?! Calma, se você não ouviu ainda esse termo, deixe-me explicar cada uma dessas letrinhas: ‘Fear, Uncertainty, and Doubt’ — ou seja, com medo, cheios de incertezas e dúvidas. Esse foi o acrônimo tão falado por uma das futuristas queridinhas do SXSW, Amy Webb, que nos chacoalhou mais uma vez trazendo as tendências do futuro tecnológico emergente, e deixando um forte convite para que possamos moldá-lo.
Estamos testemunhando a Era da Transformação, onde todas as facetas da vida, desde a forma como vivemos até como trabalhamos e interagimos, estão passando por mudanças transformacionais significativas.
Uma das principais forças impulsionadoras dessas mudanças é o Superciclo Tecnológico, identificado por Amy Webb. Diferente dos ciclos anteriores, como a Revolução Industrial, que eram impulsionados por uma única tecnologia, este período contemporâneo é impulsionado por três forças tecnológicas simultâneas: Inteligência Artificial, Ecossistemas Conectados das Coisas e Biotecnologia. Essas inovações estão no centro de uma transformação sem precedentes, comparável apenas a outros momentos cruciais da história, como o surgimento da energia elétrica e a criação da internet.
Estamos todos conectados pelas fortes transformações decorrentes da transição demográfica, tecnológica e cultural, onde diferentes gerações coexistem e interagem em um ambiente de mudança constante. Sem estereótipos da geração X, Y e Z, somos todos a “Geração de Transição”.
Porém continuamos gerindo negócios como na era industrial! O mundo corporativo precisa encontrar novos caminhos para se adaptar aos modelos de gestão do século XXI, onde as bases são outras.
Listo algumas delas:
• A estratégia de negócio passa a ser orientada às necessidades dos clientes, e não só para a maximização das vendas.
• Processos engessados e burocráticos dão espaço à flexibilidade e à valorização do aprendizado
• O lucro passa a ser consequência, não o objetivo
• Modelos de gestão hierárquicos e por silos dão espaço a equipes auto-organizadas e multidisciplinares
• Líderes controladores adotam uma abordagem horizontal e colaborativa
• A área de Recursos Humanos passa a focar no desenvolvimento humano mais holístico, em busca da potencialidade máxima de cada indivíduo.
Essa transição de um modelo industrial para um modelo mais flexível e adaptativo exige uma mudança profunda na mentalidade das pessoas e na estrutura organizacional.
A Geração de Transição exige uma Geração de Transformadores. Aqueles que possuem coragem para abandonar velhos paradigmas e abraçar o novo. Que se motivam quando aprendem coisas novas, quando erram e quando acertam. Aqueles que se abrem a diversas fontes de inspiração e de possibilidades, e que conseguem deixar o futuro, tão incerto e volátil, emergir. São os transformadores que valorizam a trajetória tanto quanto o resultado final dela.
A transição está em curso, e o futuro pertence àqueles que saírem da arquibancada e entrarem na arena, para mudar o que deve ser mudado.