Guga Stocco já foi tanto empreendedor quanto executivo do setor de online da Microsoft – e quando o atual diretor executivo da multinacional era chefe dele. Essa combinação o transformou em especialista em inovação e em transformar startups em negócios multimilionários.
Guga Stocco é um executivo raro. Com uma trajetória (incluindo passagem pela Microsoft!) que combina visão estratégica e inovação disruptiva, esse visionário se destacou como um dos líderes mais influentes entre as empresas brasileiras que procuram inovar no seu dia a dia.
A sua jornada empreendedora é marcada por uma habilidade excepcional em transformar ideias ousadas em realidades de sucesso. Como fundador e CEO de várias startups de impacto, combinando empreendedorismo e experiência executiva, ele é conhecido por suas abordagens pioneiras e pelo comprometimento com tudo o que há de mais novo em tecnologia
Nesta entrevista exclusiva para a Empresário Digital, Guga revela os segredos por trás de suas contribuições para o cenário empresarial e o que podemos esperar do futuro do trabalho com a consolidação da inteligência artificial.
EMPRESÁRIO DIGITAL Como sua passagem pela Microsoft e os produtos que você desenvolveu lá contribuíram para que você se tornasse esse especialista em tecnologias disruptivas?
GUGA STOCCO Olha, eu tive uma grande oportunidade na vida, que foi ter trabalhado na Microsoft. Antes eu era empreendedor, mas foi dentro da Microsoft que eu aprendi a ser executivo. E isso faz uma diferença muito grande. Como executivo de uma multinacional, trabalhava com pessoas do mundo inteiro. Então a Microsoft trouxe uma bagagem muito interessante para mim. Por exemplo, como gerenciar pessoas em vários locais diferentes – algo que hoje, pós-Covid principalmente, é uma habilidade muito boa. Também despertou minha paixão pela tecnologia. Dentro da Microsoft, eu realmente vivia com aquelas pessoas que estavam criando o futuro. Como a minha área era de online, o head do meu setor era o Satya Nadella, que hoje preside a Microsoft. Então imagina que naquela época eu tinha interfaces, por exemplo, com o Satya para discutir o que a gente estava construindo. Se não bastasse isso, também havia as oportunidades de desenvolvimento de produtos globais. Tive a oportunidade de ajudar no desenvolvimento do Bing, do AdCenter. O Bing é a ferramenta de busca da Microsoft, e o AdCenter é a de publicidade. Muitos vão lembrar do Messenger, e eu cheguei a participar do desenvolvimento dele aqui. Aprendi como cada produto tem de crescer de forma mundial, toda a parte de marketing, estratégia… Foi um período muito intenso, e ajudou muito para que eu fosse o que eu sou hoje.
EMPRESÁRIO DIGITAL Na sua opinião de especialista, o que essencialmente torna uma nova tecnologia capaz de transformar os mercados nos quais ela atua?
GUGA STOCCO Um bom exemplo é o ChatGPT. É uma tecnologia que não tem dois anos e já mudou a forma como as pessoas trabalham. E a gente pode falar a mesma coisa das redes sociais. Como era o mundo antes do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, entre outros? Então essas tecnologias mudam por completo a forma com que a sociedade e as pessoas funcionam. Eu gosto de falar que uma tecnologia realmente entra nas pessoas, é como se fosse o controle remoto do ser humano. Hoje esse controle remoto faz com que você pegue o seu WhatsApp para responder a uma mensagem, enviar um áudio, fazer um post, uma pergunta… virou uma extensão da pessoa.
EMPRESÁRIO DIGITAL E qual é a importância hoje de contar com tecnologias disruptivas para transformar startups em negócios de bilhões de dólares, como você fez durante a sua passagem pela Domo Invest?
GUGA STOCCO Aí estamos falando de uma empresa que pode começar no quintal da casa de qualquer pessoa. Por que tecnologia é tão importante nesse caso? Porque com ela você ganha escala. Para uma empresa valer 1 bilhão, tornar-se um unicórnio, você precisa de escala.
Então esse é o primeiro ponto. No Brasil é muito mais difícil, porque é um mercado que se comunica majoritariamente em português, apesar de ser muito grande. Se você reparar, muitos dos unicórnios brasileiros são focados só no Brasil. Poucos vão para fora. É diferente de Israel, por exemplo, onde um unicórnio não é do mercado daquele país. Ele já é pensado para o mundo.
Então, acho que a gente tem muita oportunidade aqui no Brasil para fazer as startups crescerem. Sempre lembrando do caminho das pedras: você precisa ter tecnologia, ganhar escala e você precisa resolver um problema real. Tem muita empresa que não resolve um problema, ou ela resolve uma questão específica do fundador, que não é um problema da sociedade. E aí você se apaixona por aquilo, uma tecnologia maravilhosa que resolve um problema de poucas pessoas. Então não vai ganhar escala.
EMPRESÁRIO DIGITAL Como você atua para que essa equação funcione bem?
GUGA STOCCO Temos os squads que desenvolvem produtos. Eu faço com que esse time seja o mais multidisciplinar possível. Não só multidisciplinar, mas ter pessoas de todas as idades, sexo, gênero e tudo. Por quê? Eu preciso ter uma representação do que é o Brasil, eu preciso ter uma representação do que é o mundo para aquele produto que eu estou fazendo. Cada uma dessas pessoas vai ter uma visão diferente. Então, se você cria um produto só com um certo tipo de profissionais, vai ter um viés naquele tipo de conhecimento. Quando você traz pessoas plurais e discute o desafio de uma forma geral, resolve um problema que serve para mais pessoas. Ganha escala.
EMPRESÁRIO DIGITAL Sendo assim, sua empresa preza bastante por uma pauta muito quente nos RHs, que é a diversidade…
GUGA STOCCO Isso é uma coisa que eu fazia lá atrás, há muito tempo. Mas não pensando em diversidade ou em ESG, mas em como eu crio um produto para todas as pessoas. Eu preciso ter diversidade de pessoas, eu preciso ter diversidade de tecnologias. Mas é complexo. Será que essas pessoas que vão acessar o produto têm internet? Será que têm um celular com memória suficiente para isso? Então você tem que realmente pensar naquela camada da sociedade que vai usar o seu negócio. Se você cria um produto muito sofisticado ou que exige equipamentos que tenham muita memória, por exemplo, vai ser muito mais difícil para você ganhar escala.
EMPRESÁRIO DIGITAL Você pode explicar para os nossos leitores o que é o IPO humano, essa iniciativa inovadora pela qual você foi responsável?
GUGA STOCCO O intuito foi, de novo, a gente estar um passo à frente da inovação. Quando a gente fala de tokenização, está abordando um mercado de 16 trilhões. E por que esse mercado é tão grande? Porque ele transforma um mercado líquido. Por exemplo, se você tem um imóvel, você tem de registrar esse imóvel no cartório, você vai pôr numa imobiliária para comprar e vender esse imóvel, há todo um processo… Se você tem uma empresa, precisa registrá-la, construir sua empresa, atrair investidores… Então você vê que a gente tem coisas que não são tão líquidas, envolvem poucas pessoas. E se tivesse uma pessoa que não é um investidor profissional, como é que ela faz? Ela quer colocar lá 100 reais, 200 reais, porque acredita em você, mas com esse pouco dinheiro ela pode fazer isso? Hoje em dia, não. Então eu usei o conceito da tokenização em blockchain para lidar com um problema que eu tinha. Qual era o problema? Eu trabalho com investimento há muito tempo, venture capital. Para quem não sabe, venture capital é um jeito de fazer investimentos em startups, ajudar essas empresas a crescer, depois vender essas empresas lá na frente ou fazer o IPO dessas empresas. E aí você ganha dinheiro com isso. Então imagina você investir no Google antes de o Google abrir o seu IPO, suas ações na bolsa… Seria interessante. E é basicamente o que a gente faz. Se você entrar num mercado de juros altos, entrar num mercado que tem poucos investidores, e esses investidores querem colocar muito dinheiro, quando é que você vê o retorno dele? Um fundo de venture capital vai demorar pelo menos cinco anos, porque tem de fazer com que a empresa cresça. Então como é que eu resolvo esses problemas todos? Com tecnologia de blockchain com tokenização. Eu pego o meu portfólio de empresas e, em vez de eu abrir um fundo de venture capital, vou criar uma estrutura que possa ser tokenizada. Na verdade, eu fraciono essa estrutura. Coloco um pedaço de cada empresa. As empresas que eu administro, as empresas nas quais coloco dinheiro. E aí, com esse fracionamento da estrutura, a partir de 100 reais você pode comprar um pedacinho dessas empresas.
EMPRESÁRIO DIGITAL Como é a regulamentação desse processo?
GUGA STOCCO Para que isso seja legal, aprovado pela CVM, a gente usou uma estrutura específica de crowdfunding, e trouxe um parceiro que é o Mercado Bitcoin, uma empresa homologada para fazer esse tipo de coisa, e então lançamos o token lá. Na verdade, você vai ter uma fração de um portfólio de empresas de alta tecnologia que vai ter um crescimento muito grande no tempo. Segundo problema: e se você aguardar os cinco anos? Resolvemos junto com o Mercado Bitcoin, permitindo a secundária. O que é isso? Ela permite que, no momento em que você precisa de dinheiro, não quer aguardar mais, pode vender esse token dentro do Mercado Bitcoin. Então aí você tem liquidez. A gente vai fazer uma comunidade para permitir que as pessoas conheçam as empresas, os produtos, participem muito próximos, porque às vezes você trabalha numa empresa que precisa de um EAD, por exemplo, a gente tem lá a FPass, que é uma empresa que proveu EAD. Se você indicar e a sua empresa fechar, o que significa? Significa que a FPass vai crescer, significa que o seu token vai crescer. Então a gente transforma os investidores também em grandes vendedores da coisa toda.
EMPRESÁRIO DIGITAL Eu queria que você desse um recado para as pessoas que sentem dificuldade em inovar. O que elas precisam procurar de autodesenvolvimento para adquirir habilidades para isso?
GUGA STOCCO Por que as pessoas não inovam? É muito simples. Porque a gente foi ensinado a não inovar na escola. A escola foi reflexo da Revolução Industrial, seguiu um modelo muito rígido, que era o da fábrica, simplesmente replicou esse modelo. E numa fábrica você não pode errar, numa fábrica você não pode criar. Porque, se você erra numa fábrica, numa linha de produção, o prejuízo é muito grande. Se você tentar criar na linha de produção, você atrasa a linha de produção, então é muito ruim. Na escola é o mesmo raciocínio: você não pode errar e você não pode criar. Você não teve de se aprofundar na matemática, precisou decorar a tabuada. Em Língua Portuguesa, em vez de tirar reflexões sobre um livro, precisava decorar a obra. Se a escola fosse feita para a criatividade, sabe como seria a prova do livro? Baseado no que você leu, crie uma história. E eu, como professor, ia ver várias pessoas que são geniais, e aí incentivo essas pessoas a crescer mais. Só que, como eu tenho 40, 50 pessoas na sala de aula, eu não consigo individualizar esse acompanhamento e nivelo todo mundo por baixo. Então isso é um bias que a gente carrega. Mas, diferente da tabuada, para inovar você pode errar, você tem de se aventurar, tem de ser curioso.
Precisa aprender outras coisas, não só a matéria que foi ensinada.
Outro exemplo: por causa da indústria, nos preparamos para ser uma coisa só. Então você é economista, você é contador, você é advogado… Só que, quando você vai abrir uma empresa, você precisa ser economista, advogado, contador, programador, marqueteiro… você tem de ser tudo. Então, precisa começar a olhar as coisas ao seu redor.
EMPRESÁRIO DIGITAL O que as empresas desejam quando elas te procuram?
GUGA STOCCO Isso é interessante, porque eu acabei sendo considerado uma pessoa de inovação. Porque o que eu desenvolvi, tanto como empreendedor ou dentro das empresas, eram coisas que ninguém fazia na época. Quer dizer, eu gostava sempre de inovar. Então, por exemplo, eu vendi minha empresa em 2003, que fazia links patrocinados antes de o Google fazer isso. Então a gente já era líder na América Latina. Ah, mas por quê? Porque a gente sacou que as pessoas só clicavam nas cinco primeiras buscas. E busca era custo para os portais, a solução foi criar uma ferramenta de leilão e explorar esse negócio. De novo, inovação. Um dos primeiros portais de comércio eletrônico surgiu na ZipNet e depois no UOL, também era depois no UOL, também era superinovador. Começamos com o primeiro banco digital que foi aprovado por um Banco Central. Então, de novo, inovação.
Agora o IPO humano, que é essa tokenização de ativos reais… Estou sempre arriscando ali na frente. E as empresas me procuram por isso.
EMPRESÁRIO DIGITAL Que perguntas as empresas fazem quando te procuram?
GUGA STOCCO Elas percebem que estão presas no dia a dia e o mundo está mudando. Então as perguntas costumam girar entre “Como fazemos para mudar?”, “Como podemos trazer ferramentas para mudar?”, “Como eu tenho de treinar as pessoas?”, “Como eu tenho de contratar pessoas?”. “Que produtos eu tenho de desenvolver?”, “Como eu me abasteço de tecnologia?”… Então eu acabei me especializando em ensinar essas empresas a fazerem tudo isso e acabar criando negócios junto com eles.
EMPRESÁRIO DIGITAL O que ainda falta no Brasil em relação ao uso de inteligência artificial em comparação com os países mais avançados na tecnologia?
GUGA STOCCO O Brasil é um early adopter. Por ser um país muito jovem nesse tema, ele pega essa tecnologia muito rápido. Já temos muitos brasileiros que realmente usam o ChatGPT, usam inteligência artificial e têm uma certa facilidade, que você não vê na Europa. Isso é muito interessante. Mas, já do lado de construção dessas ferramentas, estamos bem atrás. Não temos educação suficiente para desenvolver essas tecnologias. Além disso, não temos uma regulamentação que facilite tudo isso. No Brasil, tudo é muito difícil. Para abrir uma empresa, você já começa pagando imposto no primeiro dia. E o cara da China não está pagando, o dos Estados Unidos também não. O empresário lá tem acesso a um monte de pessoas e capital à vontade com juros baixos ou praticamente sem juros. O empreendedorismo aqui é muito difícil, porque você não tem acesso a capital, não tem acesso a pessoas brilhantes, não tem grandes universidades suficientes para poder soltar a quantidade de pessoas que a gente precisa. E enfrentamos um ambiente regulatório que é proibitivo para criar coisas novas. Na verdade, você vai ser punido, e não incentivado. Se o criador do ChatGPT fosse brasileiro, ele provavelmente estaria preso por conta da legislação relacionada a dados.
EMPRESÁRIO DIGITAL Você poderia apontar algumas tendências para a inteligência artificial para o ano que vem?
GUGA STOCCO A IA generativa, como o ChatGPT, está muito forte, crescendo bastante. Só que ela foi treinada em texto, então com isso a gente consegue o quê? No exemplo do ChatGPT, fazer perguntas e criar textos, principalmente. Agora estamos migrando para a IA multimodal. O que significa isso? Eu tenho texto, eu tenho som, eu tenho imagem. Então vamos começar a ver uma disruptura no mercado de imagem e de som. Tanto criação de músicas como criação de vídeos. Deixo de treinar a tecnologia só com perguntas e respostas e passo a treiná-la com outros tipos de tokens. E depois a gente vai migrar para a IA física, falando, por exemplo, de robôs. Dentro da IA generativa, toda vez que eu mencionar a palavra sushi ou tudo que tiver relação ao sushi, na IA multimodal eu vou poder ter um filme a respeito do assunto. Um filme inteiro vira um token, muito mais complexo. Já na IA física, um joelho robótico, por exemplo, vira um token. Então, quando eu quiser fazer um robô, posso fazer uma combinação de 1 milhão de joelhos diferentes até encontrar o joelho correto, para aí sim construir aquele joelho.
“A inteligência artificial vai eliminar todo o trabalho repetitivo.”
EMPRESÁRIO DIGITAL Eu vejo muita gente falando que a IA não vai roubar os empregos dos seres humanos, só daqueles que não souberem lidar com a IA. Porém, a gente vive num país com muita falta de mão de obra especializada. Ou seja, teremos muita gente que não sabe lidar com IA e não vai aprender a lidar com IA. Como você vê isso como um reflexo para a economia, para a geração de emprego no país?
GUGA STOCCO Tem de entender uma coisa: a diferença de emprego e função. Então, emprego significa o seguinte: eu vou pegar uma pessoa e ela vai desenvolver um trabalho específico para mim e para a minha empresa. Já na função, a pessoa trabalha num call center, então está atendendo um telefone, fazendo ou recebendo ligações. A inteligência artificial vai eliminar todo o trabalho repetitivo. Atender telefone é o tipo de função que provavelmente vai sumir. E aí eu tenho outros tipos de função que vão sumir. Tudo aquilo que eu consigo caracterizar o suficiente, eu consigo computar, logo eu consigo copiar ou criar uma IA para isso. A maioria das funções que a gente tem nos empregos hoje veio do século passado, na Revolução Industrial, que são baseadas no quê? Em repetição. Então, até mesmo um contador, quando ele olha um balanço e faz uma análise, é uma repetição. Mesmo um advogado, quando vai analisar um caso, ele entende a lei, ele entende a jurisprudência, e é uma repetição. Essas funções vão começar realmente a ser automatizadas pela inteligência artificial. Você vai falar, poxa, mas o que vai sobrar para eu fazer? Será o trabalho criativo. Da mesma forma que essas funções deixam de existir, porque elas são feitas pela inteligência
artificial, vai nascer uma série de outros trabalhos e outras funções que são muito mais complexas e muito mais interessantes para serem desenvolvidas pelo ser humano.
EMPRESÁRIO DIGITAL Qual é o risco nesse intervalo até as pessoas saberem lidar com IA?
GUGA STOCCO Obviamente existe um período de adaptação para tudo isso. E nesse período de adaptação, se eu não faço um trabalho de treinamento muito forte, eu posso ter um determinado momento da sociedade em que realmente a gente tenha uma queda de empregos.
EMPRESÁRIO DIGITAL Por meio das suas palestras, você compartilha conhecimento com muita gente. E quanto a você? Como é que aprende todo dia para se tornar cada vez mais uma pessoa atualizada e antenada com as novas tendências?
GUGA STOCCO Eu aprendo todo dia e posso estar antenado não só para falar nas palestras, mas principalmente para construir produtos ou auxiliar empresas nos conselhos que eu dou. Para isso, precisamos ser curiosos. De longe, a curiosidade é a principal forma para que você esteja atualizado. Porque eu gosto de ver coisas de todos, de tudo. Eu vejo informações de medicina, eu vejo de engenharia, eu vejo de marketing… Mas por que eu tenho essa curiosidade? Porque eu estou olhando um pouco à frente. Prestando atenção às empresas, aos produtos e à sociedade de maneira geral. Comecei a fazer um negócio interessante comigo mesmo, que é: se eu começar a combinar essas coisas, o que acontece? Que oportunidades eu posso descobrir? Por exemplo, eu posso juntar o ChatGPT e o mercado de advogados e treinar toda uma jurisprudência? Eu consigo treinar, então, medicina básica? Claro, não é um médico de verdade que está te analisando. Mas, se há uma pessoa no interior da Amazônia, onde não tem médico, e o ChatGPT pode fazer um diagnóstico a partir de uma foto, já é um avanço enorme.