Novo CFO e corte de clientes fazem parte da reestruturação da Infracommerce, visando foco em resultados.
A Infracommerce anunciou um novo aporte de até R$ 70 milhões, fruto de uma parceria com a Geribá Investimentos, conforme comunicado oficial divulgado em 22 de outubro. Esse valor está condicionado a um acordo de reestruturação assinado com quatro bancos credores: Itaú Unibanco, Santander, Banco ABC Brasil e Banco do Brasil, que envolve uma dívida de R$ 641 milhões. Esse montante representa cerca de 85% do endividamento total da empresa.
O aporte da Geribá será liberado em três tranches, sendo R$ 15 milhões de forma imediata, R$ 35 milhões entre novembro e dezembro, e mais R$ 20 milhões disponíveis sob demanda. Esses recursos serão usados para financiar o processo de reorganização da Infracommerce, incluindo fechamento de centros de distribuição, rescisões trabalhistas e encerramento de contratos de serviços. O objetivo é tornar a operação mais eficiente e ajustada ao seu foco principal.
Além disso, a empresa anunciou a nomeação de Bruno de Andrade Vasques como seu novo CFO, com início previsto para 1º de novembro. Vasques possui experiência em processos de turnaround e foi responsável pela estabilização financeira de empresas como Duocco Alimentos. Sua contratação reforça a estratégia de reestruturação da companhia.
Paralelamente, Luiz Pavão, novo general manager da Infracommerce no Brasil, está promovendo uma série de ajustes. Isso inclui a redução de clientes, de 120 para 80, focando em clientes estratégicos e eliminando contratos que não fazem parte do core business. Também estão sendo revistos contratos de serviços e espaços ociosos, como a devolução de três galpões logísticos e um andar de escritório.
A empresa, que enfrenta desafios desde 2022 devido à alta dos juros, busca recuperar sua rentabilidade no Brasil, que é responsável por uma parte significativa das operações. A expectativa é de que a Infracommerce alcance o breakeven até o segundo trimestre de 2025.
Com uma receita anual superior a R$ 1 bilhão, 60% desse faturamento vem de operações em oito países da América Latina. No entanto, o Brasil é o principal mercado que precisa voltar a ser lucrativo para estabilizar a empresa no cenário global.