Contrato fortalece linha de defesa e projeção de crescimento da Embraer
A Embraer firmou contrato com a República Tcheca para a entrega de duas aeronaves C-390 Millennium, um modelo multimissão de transporte que reforça a presença da companhia no setor de defesa. Com a aquisição, a República Tcheca se torna o quarto país da OTAN a incorporar o C-390 em sua frota, ampliando o alcance do modelo no bloco militar e consolidando a posição estratégica da Embraer no mercado global.
Embora o valor do contrato não tenha sido divulgado oficialmente, o Itaú BBA estima que o pedido esteja entre US$ 100 milhões e US$ 130 milhões por unidade. Esse montante deve impactar o backlog do quarto trimestre de 2024 e aumentar as previsões de receita da divisão de defesa, cuja projeção de crescimento anual está em um dígito, segundo as estimativas de analistas.
O contrato inclui um programa de treinamento e suporte técnico que será fornecido pela Embraer à Força Aérea Tcheca, permitindo a rápida integração das aeronaves na frota local. Além disso, o acordo contempla um programa de cooperação industrial de US$ 83 milhões com as empresas tchecas LOM Praha e Aero Vodochody Aerospace.
O Bradesco BBI avalia a expansão do C-390 na OTAN como um avanço estratégico para a Embraer, com potencial de abrir portas para novos contratos entre outros membros do bloco. O banco ainda aponta que a escolha da República Tcheca pelo C-390 já era conhecida desde 2023, com negociações similares em andamento com Índia (40-80 unidades) e Arábia Saudita (33 unidades), além de interesse relatado de países como Colômbia, Suécia, Polônia e Egito.
A equipe de análise do JPMorgan destaca que o pedido representa um avanço significativo para a Embraer, que busca consolidar sua linha de produtos no mercado de defesa global. O banco estima que um pagamento antecipado de cerca de US$ 350 milhões deve ser realizado ainda este ano, fortalecendo o fluxo de caixa da companhia.
Na comparação de mercado, o JPMorgan pontua que as ações da Embraer negociam a uma razão EV/Ebitda de 8,0 vezes para 2025, em comparação com a Bombardier (8,2 vezes), Airbus (10,0 vezes) e Boeing (25,5 vezes). Esse múltiplo posiciona a Embraer de maneira competitiva, atraindo o interesse de investidores que buscam oportunidades no setor aeroespacial e de defesa.