Estávamos todos ali, reunidos no Web Summit, uma verdadeira Babel digital, aguardando a fala do presidente do Alibaba. Não que o nome Kuo Zhang fosse ainda familiar para nós. Mas os holofotes se acenderam, e ele subiu ao palco. Em tempos de tensão geopolítica e protecionismo exacerbado, ouvir um presidente de uma gigante chinesa falar sobre globalização e tecnologia traz consigo uma espécie de paradoxo. De um lado, o avanço tecnológico que impulsiona o comércio global e aproxima pessoas e negócios; de outro, as barreiras e tarifas que limitam esses mesmos avanços.
Kuo Zhang começou sua fala com uma calma cirúrgica, compartilhando um exemplo tocante. Uma empreendedora etíope, dona de uma pequena marca de café, foi impedida de participar de uma conferência internacional porque não conseguiu um visto. Esse incidente, aparentemente trivial para quem vive entre as paredes de nações privilegiadas, é uma realidade cruel para milhões de pequenos negócios ao redor do mundo e exemplifica bem as barreiras que ainda existem para a democratização do comércio global.
Enquanto ele falava, a imagem do Axio começou a emergir: uma plataforma de comércio B2B impulsionada pela inteligência artificial. O conceito por trás do Axio vai além de uma simples ferramenta de negócios; ele representa uma promessa: a de que até o menor dos negócios possa navegar pelo comércio internacional com a eficiência de uma grande corporação. Inteligência artificial para auxiliar em tudo, desde o entendimento de tendências até o contato direto com fornecedores globais – uma visão que parecia saída de um conto de ficção científica, mas era palpável.
Kuo Zhang não ofereceu apenas uma visão tecnológica; ele apresentou uma espécie de “manual” para quem, como ele disse, deseja “comerciar como um profissional”. A tecnologia, que já transformou o varejo, agora se preparava para reinventar o B2B. Imagine uma plataforma onde cada produto tem uma “wiki” própria, com informações em tempo real, permitindo que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, negocie de igual para igual com grandes distribuidores. Seria isso possível?
A narrativa do presidente do Alibaba misturava otimismo e pragmatismo. Em um momento em que a guerra comercial e as tarifas ainda pairam como sombras entre as nações, Kuo Zhang trouxe uma visão audaciosa: a de que a tecnologia pode ser o verdadeiro democratizador do comércio. Porém, a pergunta que ficou no ar foi se realmente estamos prontos para abraçar esse futuro. Ou ainda ficaremos presos às mesmas barreiras, onde alguns poucos têm acesso aos benefícios, enquanto a maioria apenas observa, aguardando que a promessa se cumpra?
Números que impressionam:
• Conectando mais de 50 milhões de PMEs em 200 países.
• Oferecendo serviços para todo o ciclo de comércio: logística, transações financeiras, suporte pós-venda, entre outros.
• Enfatizando proteção nas transações: 20 milhões de pedidos anuais garantidos pelo sistema de pagamento com escrow, chamado Trade Assurance.
• Ferramentas de IA do Alibaba atendem 60 milhões de empresas, melhorando a conversão em pagamentos e respostas a consultas de clientes.
• Casos de sucesso: 7 milhões de produtos postados com a ajuda da IA, aumentando a taxa de conversão de pagamento em 52%.