A empresa planeja expansão em meio ao crescimento da demanda global por GNL
A Venture Global, uma das principais exportadoras de gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos, está se preparando para lançar sua oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Nova York. A empresa busca levantar US$ 2,3 bilhões, com uma avaliação de mercado estimada em US$ 110 bilhões. A operação, se concretizada, será o maior IPO do setor de energia nos EUA na última década e o terceiro maior da história.
A companhia pretende ofertar 50 milhões de novas ações com preços entre US$ 40 e US$ 46 cada. O IPO ocorre em um momento de alta demanda global por GNL, impulsionada pela busca por fontes de energia consideradas mais estáveis e menos poluentes em comparação ao carvão. Os Estados Unidos, principais fornecedores do produto para Europa e Ásia, ampliam sua participação no mercado global, apoiados por investimentos em infraestrutura e pela abundância de reservas de gás.
Dados da US Energy Information Administration indicam que a capacidade de exportação de GNL da América do Norte deve mais que dobrar até 2028. O cenário político também favorece a empresa, com a eleição de Donald Trump, que já manifestou apoio à ampliação das exportações de combustíveis fósseis e pretende flexibilizar regulações para novos projetos do setor.
A Venture Global possui cinco projetos de GNL em diferentes estágios de desenvolvimento na Costa do Golfo dos EUA, com capacidade de produção projetada para alcançar 143,8 milhões de toneladas anuais. Em 2023, a empresa registrou receita de US$ 7,9 bilhões e lucro operacional de US$ 4,9 bilhões, superando os números de 2022, quando obteve receita de US$ 6,5 bilhões e lucro operacional de US$ 3,5 bilhões.
Os fundadores da companhia, Michael Sabel e Robert Pender, acumulam compensações de US$ 127 milhões nos últimos dois anos e devem receber um dividendo de US$ 160 milhões antes da estreia na Bolsa. Mesmo após o IPO, os fundadores manterão o controle da empresa com mais de 50% das ações com direito a voto.
A oferta pública será coordenada por um consórcio de 21 bancos, liderado por Goldman Sachs, JP Morgan e BofA Securities.