Plano inclui cortes operacionais e renegociação com credores
O Grupo Safras, com faturamento anual de R$ 7 bilhões, enfrenta um passivo de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 700 milhões com vencimento no curto prazo. Para reverter o cenário, a empresa trabalha em um plano de reestruturação liderado por Carlos Eduardo de Grossi Pereira, que prevê cortes operacionais e renegociação extrajudicial das dívidas.
A empresa reduziu sua capacidade estática de armazenagem de 700 mil toneladas em 150 mil toneladas, fechando escritórios e devolvendo unidades arrendadas em Sorriso (MT). Além disso, busca parcerias para operar suas 14 unidades restantes, reduzindo custos e gerando receita. Em negociação avançada, o BTG Pactual pode assumir parte da operação sem troca de dívida por ativos.
A estratégia principal é congelar pagamentos aos credores por dois anos para priorizar os produtores. Grandes bancos e a Flowinvest, gestora de crédito com R$ 320 milhões em exposição ao Grupo Safras, apoiam o plano. Um dos passivos relevantes é uma emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) de R$ 150 milhões feita pela Copagri, adquirida pelo Grupo Safras em 2023, com saldo de R$ 87 milhões a vencer em 2026.
A reestruturação visa evitar um pedido de recuperação judicial e reposicionar a empresa no mercado. Como ativos estratégicos, o Grupo Safras mantém uma usina de etanol de milho em Sorriso e uma processadora de grãos, que podem ser monetizados no futuro para reforçar o caixa.