Alta na demanda impulsiona setor e atrai novos investidores
Os fundos de debêntures incentivadas apresentaram um crescimento expressivo em 2024, registrando uma alta de 214% no total sob gestão e alcançando R$ 207 bilhões, conforme levantamento da Quantum Finance para o NeoFeed. O volume de emissões no período atingiu R$ 135 bilhões, o dobro do registrado no ano anterior. O aumento da demanda foi impulsionado por mudanças regulatórias e pela busca por ativos isentos de tributação, especialmente após a taxação de fundos exclusivos em 2023.
A expectativa do mercado é que essa trajetória de crescimento continue. Estimativas indicam uma expansão de 50% em 2025, elevando o total sob gestão para mais de R$ 300 bilhões. Nos últimos anos, a média de crescimento anual dessa classe de fundos foi de 45%. O número de fundos específicos aumentou 183% no ano passado, totalizando 1.383. Entre as gestoras que se destacaram, a Bradesco Asset registrou um crescimento de 300% no segmento, atingindo R$ 16 bilhões sob gestão.
O cenário de juros elevados também favorece essa classe de ativos, tornando o benefício tributário mais atrativo. O segmento ganhou relevância com o fortalecimento do mercado secundário e a criação de produtos hedgeados, que reduziram oscilações de marcação a mercado e aumentaram a previsibilidade dos retornos. Dados da Anbima apontam que o volume negociado no mercado secundário de debêntures incentivadas atingiu R$ 254,7 bilhões entre janeiro e novembro de 2024, quase o dobro do registrado no ano anterior.
As debêntures incentivadas ganharam maior protagonismo no financiamento da infraestrutura nacional. Segundo levantamento da Icatu Vanguarda, a participação dos fundos no investimento em projetos de infraestrutura passou de 5% em 2018 para 40% em 2024. A expectativa do setor é que esse percentual possa chegar a 70%, consolidando os fundos de debêntures incentivadas como um dos principais instrumentos de funding de longo prazo no país.