Mercado cervejeiro eleva demanda por embalagens
Os três fabricantes de latas de alumínio do país estão ampliando sua capacidade de produção. A Rexam deu a partida em abril em uma unidade no Pará. A Crown está erguendo uma fábrica em Teresina, no Piauí, e a Latapack-Ball, que inaugurou no fim do ano passado uma fábrica em Alagoinhas, na Bahia, já anunciou que implementará no local uma segunda linha de produção até o fim deste ano.
A capacidade de produção brasileira alcançará 25 bilhões de latas de bebidas por ano. “Teremos condições de atender com folga o aumento constante de demanda do mercado brasileiro”, diz Renault de Freitas Castro, diretor executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (ABRALATAS).
Os investimentos somam perto de R$ 1 bilhão. Ocorreram após o descasamento em 2010 entre oferta e demanda, que gerou a necessidade de importação de quase dois bilhões de latas. Naquele ano, a indústria de bebidas foi surpreendida com um aumento de consumo e não programou as encomendas aos seus fornecedores. A demanda por lata passou de 14,5 bilhões para 16,8 bilhões de unidades e os fabricantes não estavam preparados. “Esse cenário não se repetirá na Copa do Mundo nem nas Olimpíadas”, garante Castro.
Para 2013, a estimativa da ABRALATAS é de crescimento de 7% a 8% nas encomendas. É o mercado cervejeiro que impulsiona o crescimento. Enquanto o consumidor de refrigerantes prefere as embalagens PET tamanho família, ficando as latas com apenas 8% dos envasamentos, o consumidor de cerveja tem preferido as latas. Renault de Castro diz que, nos últimos 10 anos, as latas de alumínio ganharam um ponto percentual por ano, chegando a responder por 40% do envasamento em 2012. A expectativa na ABRALATAS é que esse ritmo de crescimento se mantenha nos próximos anos até alcançar a marca de 53% do mercado, patamar atual do mercado norte-americano.
Segundo Castro, são dois os fatores principais que impulsionam o crescimento da lata de alumínio no mercado cervejeiro. Um é o fortalecimento dos supermercados como canal de venda das cervejas em detrimento dos bares, até por conta da lei seca no trânsito. Nos supermercados, as latas levam vantagem sobre as vendas em relação às garrafas de 600 ml, porque dispensa o recolhimento do vasilhame vazio, uma comodidade para o consumidor e menos trabalho ao comerciante.