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O que está bloqueando o mercado de IPO? Web Summit explora desafios e alternativas para Startups

Painel aborda mercado de saídas para startups e cenário de captação de capital

O painel do Web Summit 2024 em Portugal destacou o cenário de captação de capital e saídas estratégicas para startups, abordando dados de mercado, desafios de IPO e tendências de investimento. A discussão reuniu especialistas como o CEO da Data Sniper Media, CMO da Carta e o cofundador da Metropolis. A apresentação trouxe à tona os desafios das startups que buscam saídas por IPO ou aquisições e traçou um panorama detalhado da atual situação do mercado.

Dados da PitchBook apontam uma significativa queda de IPOs no mercado dos Estados Unidos: de 310 IPOs realizados em 2021, houve apenas 37 no primeiro semestre de 2023. As aquisições têm se destacado como alternativas de saída para startups, num cenário onde o mercado de IPO permanece instável. O evento levantou expectativas sobre a abertura de capital de empresas de grande porte, como Stripe e Databricks, que poderiam impulsionar o setor.

Nicole Baer, CMO da Carta, destacou que os valuations de startups em estágio inicial têm mostrado recuperação, e que o fluxo de negócios em estágios avançados também aumenta, embora ainda haja ocorrências de rodadas com valores reduzidos, as chamadas “down rounds”. Para as empresas de maior maturidade, como as em fase de Série D, a tendência é de maior fluxo de capital. Há uma expectativa de normalização do mercado de IPOs nos próximos dois anos, caso as condições macroeconômicas se mantenham favoráveis.

Courtney Fukuda, cofundadora da Metropolis, compartilhou uma visão estratégica distinta. A Metropolis, empresa de IA focada em estacionamentos, alcançou recentemente um valuation de US$ 2 bilhões com sua abordagem de crescimento inorgânico via aquisições. A empresa adquiriu um operador de estacionamentos público por US$ 1,8 bilhão, posicionando-se como a maior operadora de estacionamentos na América do Norte. Fukuda enfatizou a importância de um modelo de crescimento baseado em fluxo de caixa e EBITDA, ao invés de expandir apenas pelo aumento de receita.

Além disso, foram abordadas as dificuldades das empresas europeias na captação de capital em comparação com o mercado americano, que é mais propenso ao risco. Fundadores europeus foram incentivados a buscar investidores globais, já que o mercado europeu apresenta limitações para startups em estágio inicial. Outro ponto relevante foi o crescimento da modalidade de vendas secundárias, usada para dar liquidez parcial aos funcionários, em um ambiente onde as saídas por IPO estão mais distantes.

Por fim, a conversa explorou o impacto das condições macroeconômicas e das políticas governamentais nas estratégias empresariais. Os palestrantes destacaram a cautela de fundos de venture capital, que atualmente têm investido de forma mais seletiva, com 40% do capital dos fundos de 2022 ainda não utilizado. A área de inteligência artificial segue em alta para captação, apesar de algumas avaliações no setor serem vistas como “excessivas”. A necessidade de combinar inovação tecnológica com operações tradicionais para criar valor sustentável ficou clara, apontando para uma nova fase no mercado de startups e tecnologia.

Gustavo Fleming Martins

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