Startup do grupo Bolt Energy mira nicho de geração distribuída avaliado em R$ 140 bi
A Bow-e, criada pelo grupo Bolt Energy há dois anos, atua como um “marketplace de energia” no mercado de geração distribuída (GD), focando em pequenos comerciantes com contas de luz de até R$ 1 mil. A startup, que já possui 10 mil clientes em dez estados, projeta dobrar essa base até o final de 2025. Para 2024, o faturamento estimado é de R$ 150 milhões, refletindo um crescimento médio de 20% ao mês.
O modelo da Bow-e substitui a energia fornecida pelas distribuidoras por energia 100% renovável, oriunda de fazendas solares arrendadas. Atualmente, a startup distribui 49 megawatt-pico (MWp), com expectativa de alcançar 150 MWp até o final de 2025. Seus clientes têm um desconto médio de 15% na conta de luz, sem a necessidade de instalar painéis solares.
A geração distribuída é um mercado avaliado em R$ 140 bilhões no Brasil e cresceu 35% em 2024. A Bow-e se diferencia por focar em pequenos negócios em regiões interioranas, mercado ignorado por concorrentes. Essa estratégia aproveita o crescimento das fazendas solares, segmento avaliado em R$ 40 bilhões, com potencial para atender 9 milhões de consumidores no Brasil.
A startup opera com um portfólio de 180 fazendas solares e planeja expandir para estados como Bahia, Pernambuco e Ceará em 2025. A operação já representa 15% do faturamento do grupo Bolt Energy, que registrou receita de R$ 1,2 bilhão em 2023.
Desafios incluem o prazo regulatório de até 120 dias para transferir o fornecimento e a capacidade limitada do sistema elétrico, mas a abertura do mercado livre de energia, prevista para os próximos anos, pode impulsionar novos negócios.