Nova proposta visa saída do Novo Mercado e viabilização de estratégias financeiras.
A HIG Capital, controladora da Kora Saúde, formalizou uma nova oferta pública de aquisição (OPA) no valor de R$ 8,80 por ação, representando um acréscimo de 31% em relação ao preço de fechamento de R$ 6,72 na última sexta-feira. O objetivo da proposta é remover a empresa do segmento Novo Mercado da B3, abrir caminho para operações estratégicas de mercado e encerrar um longo impasse com acionistas minoritários.
A proposta eleva os valores oferecidos anteriormente, que em julho foram rejeitados pelos minoritários. Naquela ocasião, a oferta equivalia a R$ 7 por ação, sem prêmio sobre o valor negociado na época. Agora, a HIG busca garantir o apoio de pelo menos 50% do free float, sendo que já conta com 32% favoráveis à nova proposta. Uma assembleia geral extraordinária será convocada para votação, ainda sem data definida.
Os fundadores da Kora, Bruno Moulin Machado e Ivan Lima, apoiam a OPA, mas não podem participar da votação, pois integram o acordo de acionistas junto à controladora. Com essa restrição, a HIG precisa negociar diretamente com os acionistas restantes, que representam menos de 10% do capital total.
A Kora Saúde enfrenta atualmente uma alavancagem financeira de quatro vezes o EBITDA, cenário que justifica a estratégia da gestora. Com a saída do Novo Mercado, a empresa planeja migrar para o segmento básico da B3, possibilitando maior flexibilidade para emitir ações preferenciais, captar recursos e avaliar fusões com outras companhias, nacionais ou internacionais.
Paralelamente à OPA, a Kora concluiu recentemente, com o apoio do BTG Pactual, o reperfilamento de R$ 2 bilhões em debêntures, estendendo os prazos de vencimento de 24 meses para até 30 meses. Essa medida é vista como essencial para melhorar a capacidade da empresa de administrar sua dívida e explorar opções de venda de ativos com maior estrutura.
A HIG Capital visa transformar a Kora Saúde em um veículo mais ágil para combinações estratégicas e novas captações, movimentações que não seriam viáveis sob as restrições do Novo Mercado.