A Azul Linhas Aéreas lançou uma nova etapa de sua reestruturação financeira com a abertura de uma oferta pública de ações preferenciais que pode alcançar até R$ 4,1 bilhões. A operação ocorre por meio de um follow-on primário, no qual serão emitidas novas ações, garantindo que os recursos captados sejam integralmente direcionados ao caixa da companhia.
Inicialmente, estão sendo ofertadas 450,5 milhões de ações a R$ 3,58 cada, valor que representa um prêmio de 17% sobre a última cotação da empresa. Caso a demanda supere o volume previsto, a Azul poderá ampliar a oferta para até 697 milhões de papéis. O principal destino dos recursos será a conversão de parte da dívida da Azul Secured Finance, com vencimentos programados para 2029 e 2030, em participação acionária. Essa etapa precisa ser concluída ainda neste mês para que o processo de reestruturação seja finalizado.
O movimento ocorre em um contexto de recuperação da companhia, que não registra lucro anual desde 2019. A situação se agravou com os impactos prolongados da pandemia no setor aéreo e pela alta do dólar sobre a dívida denominada em moeda estrangeira. Atualmente, a Azul acumula desvalorização de 74% em 12 meses, mas viu suas ações subirem 12% após o anúncio da oferta, sinalizando uma resposta positiva do mercado.
Além da capitalização, a companhia está envolvida em um processo de fusão com a Gol, cuja recuperação judicial está em andamento. A fusão, ainda sujeita à análise do Cade, pode dar origem a uma operação combinada com cerca de 60% de participação no mercado doméstico de aviação, consolidando uma nova configuração no setor.