A Gulf, multinacional com mais de 120 anos de atuação no setor de petróleo e presença em mais de 100 países, formalizou sua entrada no agronegócio brasileiro com metas operacionais ambiciosas. Sob o controle do conglomerado indiano Grupo Hinduja, a companhia adquiriu em 2023 uma planta industrial de 75 mil m² em Iperó (SP), anteriormente operada pela Energis 8, com capacidade total de produção de 65 milhões de litros por ano. A meta é alcançar a marca de 20 milhões de litros de defensivos agrícolas e adjuvantes até março de 2026.
A fábrica responde pela produção de três produtos principais: o defensivo Argenfrut RV, utilizado em fruticultura, café e silvicultura, e os adjuvantes Agefix E8 e Oma, voltados para culturas como banana, soja, milho, citros e algodão. Esses produtos compõem a linha Gulf Agro, que vem sendo distribuída tanto por meio de revendas quanto via vendas diretas a cooperativas e empresas do setor.
Em 2023, além da aquisição da fábrica, a Gulf firmou um acordo com a distribuidora Fit Combustíveis, com previsão de investimentos de R$ 700 milhões para abrir 200 postos de combustível com a marca Gulf no Brasil. Essa operação marca o retorno da marca ao varejo de combustíveis nacional após décadas de ausência, com foco no eixo Rio-São Paulo.
A subsidiária brasileira faz parte da Gulf Oil International, sediada em Londres, e que atua de forma independente da marca Gulf nos Estados Unidos, onde a empresa foi incorporada à Chevron na década de 1980. O Grupo Hinduja, controlador da Gulf, possui ativos em diversos setores e um patrimônio estimado em US$ 22 bilhões.
Os dados da Gulf India, listada na bolsa NSE, ajudam a dimensionar o porte do grupo. No exercício fiscal de 2023, encerrado em março de 2024, o faturamento foi de 32,84 bilhões de rúpias indianas, equivalentes a R$ 2,2 bilhões na cotação atual.
A operação agrícola da Gulf no Brasil já atende grandes players como Amaggi, Cooxupé, Lar, C.Vale, Cutrale, Grupo Branco Peres, Agroterenas e Eldorado Brasil. A empresa está em processo de homologação de seus produtos com a cooperativa Coamo, que reúne 29,4 mil cooperados. Além disso, os produtos da Gulf também são utilizados por produtores no Paraguai.
A companhia opera com foco nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, mas já possui cobertura nacional e projeta expansão para mercados da América Central por meio da gestão da unidade Panamá, voltada ao segmento de frutas tropicais.