Ano passado, o assunto era a inteligência artificial generativa. Este ano, a conversa mudou, o Web Summit inteiro respira um novo conceito, a Agentic AI. Melhor, mais rápida, mais inteligente. Uma promessa que não apenas repete avanços, mas muda o jogo. E quem melhor para falar disso do que quem comanda a revolução? Quando Márcio Aguiar, diretor da Nvidia na América Latina, subiu ao palco, ficou claro, essa história é maior do que parece.
O vídeo inicial já dava o tom, tokens, tokens, tokens. Não apenas moedas digitais, mas pequenos blocos de construção de inteligência. Tokens que transformam imagens em dados científicos, que preveem doenças antes que elas tomem o corpo, que ajudam robôs a se moverem com graça, que guiam as naves do amanhã. Márcio então puxou o fio da memória, lembrou que a modernidade começou em 1964, com o primeiro grande sistema de computação da IBM, e que a Nvidia nasceu em 1993, lançando seu primeiro GPU seis anos depois. Não é à toa que eles lideram essa nova corrida. A inteligência artificial não é um truque de mágica, é fruto de uma longa caminhada, e para quem quer entrar nesse jogo, é preciso mais do que entusiasmo, é preciso planejamento.
Desde 2012, quando estudantes de Harvard usaram GPUs da Nvidia para ensinar máquinas a reconhecer imagens, o mundo mudou de marcha. De lá para cá, fomos da percepção à geração de conteúdo e agora à razão, à Agentic AI, que reconhece, raciocina, antecipa. E Márcio não suavizou o recado, não basta assinar uma ferramenta genérica e esperar milagres. A IA exige dados próprios, treinamento pesado, testes e mais testes. Empresas que entenderem isso cedo terão vantagem, empresas que não entenderem, ficarão para trás.
O cenário global ainda está no começo dessa curva de adoção. Mesmo com toda a pressão que empresários sentem para “adotar IA imediatamente”, a verdade é que ainda estamos na largada. Há muito mercado, muito espaço para crescer, e, como lembrou Márcio, a inteligência artificial não é só para o departamento de TI, ela precisa permear finanças, marketing, logística, atendimento, produto, todos os cantos da organização.
Rio de Janeiro, aliás, surge como protagonista, com a construção de novos data centers e a ambição de fazer parte dessa nova revolução. O Brasil se mexe, e quem se mexer com ele poderá surfar a onda antes que ela vire um tsunami.
Nvidia, com seu ecossistema de softwares, frameworks, parceiros e, claro, GPUs, mostra que a inovação é sistêmica. Não basta vender máquinas, é preciso fornecer a infraestrutura inteira, o conhecimento, a rede. E não é só sobre IA digital. Márcio provocou o público ao final, falando de algo ainda mais à frente, a era da Physical AI, robôs que não apenas existem, mas pensam e operam no mundo físico.
A história não terminou. Aliás, está só começando. Para quem tem coragem de se reinventar, para quem entende que a transformação real não vem pronta num pacote, a Agentic AI é só o primeiro passo.
O próximo capítulo será escrito por quem não apenas usa tecnologia, mas se funde a ela.