Mark Zuckerberg entrou em modo técnico e decidiu escalar sua própria seleção de craques para disputar o principal campeonato do século: a guerra da inteligência artificial. Se a Meta já contava com a maior distribuição digital do planeta via Facebook, Instagram e WhatsApp, agora decidiu ir além dos dados, e construir um time de estrelas capaz de competir com OpenAI, Anthropic, Google DeepMind e cia.
A primeira cartada foi a mais cara, e a mais estratégica: a Meta investiu cerca de US$ 15 bilhões na Scale AI, adquirindo 49% da empresa e garantindo o passe do seu CEO, Alexandr Wang, que agora assume a braçadeira de capitão da nova fase da Meta AI. A Scale AI é uma peça crítica da cadeia de treinamento de LLMs, especializada na rotulagem e curadoria de dados, o combustível dos modelos generativos.
A segunda contratação foi Daniel Gross, um nome respeitado no Vale do Silício por sua trajetória que inclui passagens pela Apple (onde liderou IA), Y Combinator e investimentos em empresas como Figma, GitHub e Perplexity. Gross comanda hoje a Safe Superintelligence Inc. (SSI), uma startup que já nasce com valuation bilionário e a promessa de desenvolver IA de forma segura desde a origem.
Logo depois veio Nat Friedman, ex-CEO do GitHub e sócio da NFDG (fundo que divide com Gross). Sua saída da Microsoft sinaliza ambições grandes, e um reforço com pedigree para o meio de campo da Meta.
Mas nem todo craque topou vestir a camisa da Meta. Mark tentou contratar Ilya Sutskever (ex-OpenAI e cofundador da própria SSI), Mira Murati (ex-CTO da OpenAI e fundadora da Thinking Machines Lab, avaliada em US$ 10 bilhões) e Aravind Srinivas, fundador da Perplexity, avaliada em US$ 14 bilhões. Em comum, todos recusaram. No caso de Mira, ela preferiu anunciar uma rodada de US$ 2 bilhões para sua startup recém-nascida, ainda sem produto, cliente ou receita.
Essas movimentações colocam a Meta em uma posição agressiva no tabuleiro. A empresa já havia sinalizado sua intenção de disputar com os melhores modelos abertos e fechados, investindo pesado em infraestrutura e chips próprios. Agora, com os bilionários no banco de reservas, a Meta deixa claro que está disposta a pagar caro para não ficar de fora do jogo.
O campeonato da IA está longe de ter um vencedor definido, mas uma coisa é certa: se a Meta não levar a taça, não será por falta de craques, nem de cheques.