Em menos de dois anos, empresa saiu do zero para US$ 50 milhões de receita anual e atrai investidores como Accel e 20VC com seu “codificador de apps” por IA
A Lovable, startup sueca de inteligência artificial voltada para o desenvolvimento automático de aplicativos web, está em negociação para levantar mais de US$ 150 milhões em uma nova rodada de investimentos que pode avaliá-la em quase US$ 2 bilhões, segundo o Financial Times. A ascensão meteórica ocorre poucos meses após a empresa captar apenas US$ 15 milhões em sua rodada pré-Série A, liderada pela Creandum.
Fundada em 2023, a Lovable lançou sua plataforma no final de novembro e, em tempo recorde, já bateu US$ 50 milhões de receita recorrente anual (ARR), conforme tuíte recente do CEO Anton Osika. A Accel lidera a nova rodada, com participação da 20VC e Creandum, marcando o salto da Lovable para um estágio de crescimento agressivo, mesmo que a nomenclatura da rodada ainda sugira um estágio inicial.
A proposta da Lovable é simples e poderosa: permitir que qualquer pessoa gere aplicações web completas a partir de um único prompt de texto, incluindo front-end em React e integrações com bancos de dados como o Supabase. A ferramenta tem planos a partir de US$ 25 mensais, e relatos de usuários apontam que já é possível criar aplicativos robustos com dezenas de funções e milhares de linhas de código por menos de US$ 300.
Na última segunda-feira, a empresa lançou em beta um novo agente de IA capaz de automatizar tarefas complexas como depuração e edição de código com base no entendimento do projeto. O modelo de cobrança por uso, baseado em “créditos”, reflete a tendência do setor, já que essas soluções consomem recursos variáveis de provedores como OpenAI ou Anthropic, um movimento que agrada investidores por escalar a monetização sem depender de planos fixos.
Mesmo com o silêncio institucional da Accel e da Lovable sobre a nova rodada, o mercado já posiciona a startup como uma potencial Replit europeia, desafiando players estabelecidos com um modelo de UX acessível, comunidade engajada e tração impressionante. A pergunta que fica: quanto tempo até o Vale do Silício abrir as portas para essa sueca improvável?