Modelo de vídeo da DeepMind sugere futuro onde IA não só cria imagens realistas, mas simula ambientes interativos, e coloca o Google na disputa com gigantes dos games
A recente provocação de Demis Hassabis, CEO da DeepMind, acendeu uma faísca: estaria o Veo 3, novo modelo de geração de vídeo do Google, no caminho para criar mundos jogáveis por IA? O comentário, feito de forma quase casual no X (antigo Twitter), logo gerou especulações sobre os próximos passos do Google em direção a ambientes simuláveis e interativos, algo que pode revolucionar os videogames, a prototipagem e até os mundos imersivos empresariais.
Embora o Veo 3 ainda seja um modelo de “saída passiva”, ou seja, gera vídeos, mas sem interatividade, ele já mostra sinais de um salto evolutivo. Ele é capaz de gerar cenas realistas com movimento fluido, áudio sincronizado e física convincente. Para virar um “modelo de mundo”, no entanto, ele precisaria incorporar simulação, previsibilidade e reação às ações do usuário, como planeja o Genie 2, outro projeto da DeepMind voltado a criar mundos jogáveis de forma generativa.
O Google já montou uma equipe para transformar o Gemini 2.5 Pro em um modelo que simule aspectos do cérebro humano e a realidade física. E não está sozinho nessa corrida: nomes como Fei-Fei Li (com a World Labs), Microsoft, Scenario, Runway e a OpenAI (com o promissor modelo Sora) também apostam em uma nova geração de experiências interativas criadas por IA.
A lógica é simples: se hoje IA cria textos, imagens e vídeos sob demanda, amanhã ela poderá gerar jogos inteiros, cenas 3D e experiências personalizadas em tempo real. O impacto é duplo, tanto nos games quanto em setores como marketing imersivo, simulações industriais e treinamento empresarial. O Veo 3, por ora, pode ser usado para cutscenes e trailers cinematográficos. Mas o caminho rumo à jogabilidade não está longe.
Com bilhões em caixa, infraestrutura robusta e controle sobre Android e YouTube, o Google está bem posicionado para competir, e até atropelar rivais nesse novo setor. Se o futuro do entretenimento for generativo e interativo, o Veo 3 pode ter sido o primeiro passo visível. E os executivos do Google, mesmo entre emojis e provocações, parecem saber exatamente o que estão plantando.